Rede de Ensino Superior

Assistimos e lutamos todos os dias contra o objectivo das políticas contra-revolucionárias dos sucessivos governos de alternância de PS-PSD-CDS de elitização e mercantilização do ensino superior, objectivo esse, de contrariar as conquistas obtidas pela Revolução de Abril: a igualdade de oportunidades, o livre acesso e as responsabilidades estatais numa área fulcral para desenvolvimento do país.

No Ensino Superior (ES) deparamo-nos com uma rede de instituições, cada vez mais, ao serviço do interesse da burguesia e não do país, no sentido em que esteja concebida para o desenvolver, para criar conhecimento útil para o seu desenvolvimento soberano, para que os filhos dos trabalhadores a ele possam aceder.

Todos os anos, a cada início de ano lectivo, assistimos a noticias sobre o número de estudantes a candidatar-se ao ES e de vagas preenchidas. Quase sempre a discussão fica por aí, sem aprofundar  a discussão em torno das condições que excluem milhares de jovens, a cada ano, de continuarem a sua formação. Dos exames nacionais, ao numerus clausus, os estudantes esbarram com inúmeros entraves para seguir o seu percurso. As propinas, a Acção Social insuficiente, são mais barreiras.

Fica também muito limitada a abordagem no que toca à Rede de Ensino Superior, que hoje é “racionalizada” (uma palavra bonita, para legitimar cortes e fechos de cursos e escolas) a pensar nas necessidades de grupos económicos (presentes também nos órgãos das faculdades graças ao RJIES) e não nas necessidades de desenvolvimento e produção do nosso país.