A JCP saúda a luta dos estudantes do Ensino Básico e Secundário

A Juventude Comunista Portuguesa saúda as acções de luta realizadas, no passado dia 10 de Novembro, no âmbito do Ensino Básico e Secundário, assim como todos os estudantes que nestas participaram e que foram parte activa da construção de mais um dia no qual, em unidade, afirmaram o direito de manifestação, reivindicando a escola pública, gratuita, democrática e de qualidade que é nossa por direito.

A persistência dos problemas sentidos nas diferentes escolas básicas e secundárias, de Norte a Sul do país, fruto do desinvestimento na educação, da falta de condições materiais à ausência de uma avaliação justa e contínua, levam os estudantes deste sector de ensino a mostrarem, uma vez mais, o seu descontentamento, na certeza de que só desta forma verão o número de professores e funcionários a aumentar, as obras nas suas escolas a recomeçar, a gratuitidade de todos manuais a concretizar-se, o passe escolar a voltar, a qualidade dos serviços escolares a aumentar.

Assim, e apesar das tentativas de silenciamento dos estudantes e dos entraves colocados à democracia nas escolas, concretizados no impedimento da realização de RGAs, no dificultar dos processos eleitorais, nas ingerências na vida democrática dos estudantes, entre outros, os estudantes não se rendem e lutam sempre convictos da justiça das suas reivindicações e da capacidade e da potencialidade transformadoras da sua luta.

A JCP urge todos os estudantes a não desistirem desta que é a sua luta, a continuarem juntos a defender a Escola de Abril, certos de que assim a conquistarão.

Estudantes da Escola Secundária Sebastião da Gama em luta!

A Juventude Comunista Portuguesa saúda os estudantes da Escola Secundária Sebastião da Gama pela sua luta, realizada na passada sexta-feira, dia 14 de Outubro, pela resolução de vários problemas da sua escola.

Uma luta que partiu dos estudantes, que se juntaram para combater a falta de funcionários nos pavilhões, bem como nos serviços administrativos e na reprografia, obrigando estes a horário reduzido; falta de materiais na papelaria; turmas sobre-lotadas; falta de condições nas calas, como o mau funcionamento dos projectores, impedindo o bom funcionamento das aulas; más condições nas casas de banho; aumento dos preços no bar de alunos; falta de qualidade e quantidade nas refeições da cantina; falta de aquecimento nas salas, obrigando por vezes os alunos a trazerem mantas para a escola, e a falta de cacifos.

A JCP e o PCP lutam diariamente pela qualidade no ensino, apelando à necessidade de mais financiamento na educação, possibilitando assim, não só a contratação de mais funcionários, mas também o reparo e a manutenção do espaço escolar.

Tudo isto é possível com a luta dos estudantes, que juntos conquistarão a escola pública, gratuita, democrática e de qualidade a que têm direito. Saúda-se ainda o apelo feito pelos estudantes da ESSG a que todos estudantes saiam à rua, no dia 10 de Novembro, para a resolução dos problemas que os afectam a si e às suas escolas.

A JCP está solidária com os estudantes da Escola Secundária Sebastião da Gama, bem como os estudantes de todas as escolas do país nas suas lutas por uma escola pública gratuita, democrática e de qualidade, a escola de Abril.

Tomada de posição sobre os Exames Nacionais da Coordenadora Nacional do Ensino Secundário

No  decorrer de mais uma época de exames,  os estudantes sentem agora mais que nunca o acumular das dificuldades que sentiram ao logo de todo o ano lectivo. Desde 1996, que os exames são um entrave ao progresso dos estudantes para o Ensino Superior e um ataque à avaliação contínua.

  A Educação enquanto direito constitucional, é um factor emancipador para cada um e para o país, por isso é necessário que o acesso ao Ensino Superior assente numa política que tenha em conta as aspirações dos estudantes mas também as necessidades do país. Neste sentido, a JCP reafirma que é necessário o fim progressivo do limite de vagas no acesso ao Ensino Superior  (Numerus Clausus).

O argumento de que os exames são uma ferramenta para por todos os estudantes em pé de igualdade não podia ser mais falso. Os Exames Nacionais degradam a componente pedagógica da escola e moldam as notas dos estudantes. Pois um estudante que esta inserindo numa turma com 30 ou mais alunos, não se pode comparar com um estudante que tem 15 na mesma turma, ou então um estudante que não tem capacidade financeira para adquirir todos os livros não está também no mesmo nível que um aluno que para alem de ter todos os manuais tem ainda explicações e manuais de apoio para os exames.

Para além disto, existem cada vez mais estudantes a trabalhar durante o ano lectivo e/ou nas férias de Verão para poder estudar, retirando assim tempo não só ao estudo como também à sua vida pessoal. Anualmente há milhares de estudantes, filhos dos trabalhadores, que ficam à porta do Ensino Superior devido a todas estas dificuldades.

Com os enormes cortes que foram aplicados na educação, todos estes problemas foram ainda agravados pela falta de condições materiais e humanas nas escolas.

A Coordenadora Nacional do Ensino Secundário, da Juventude Comunista Portuguesa, exige o fim dos Exames Nacionais, como instrumento de elitização do ensino e defende a aplicação real da avaliação contínua como o instrumento de uma avaliação justa e que tem em conta a especificidades de cada aluno. Sendo esta a única maneira de aplicar o princípio constitucional de uma educação justa e para todos, não sendo os alunos beneficiados ou prejudicados devido à sua condição económica.

Não é justo que Exames Nacionais, pagos, com matéria de 3 anos,  decidam em 2 horas o futuro de milhares de estudantes, com base em todas estas dificuldades. Por isso a CNES apela a todos os estudantes que continuem a lutar por uma Escola Pública, Gratuita e de Qualidade e que exijam uma avaliação justa e contínua, porque vai ser através da luta que teremos a escola a que temos direito.