nota de imprensa
Estudantes do Ensino Básico e Secundário em luta pela escola de Abril
24-Out-2012

img_0956.jpg24outporto.jpg24outsetubal.jpgA Juventude Comunista Portuguesa manifesta a sua solidariedade para com os milhares de estudantes do ensino básico e secundário, de todo o país, que hoje estiveram em luta pelos seus direitos.

Estes estudantes passam pelo momento mais negro da educação e do país desde do 25 de Abril. Nunca a qualidade, a gratuidade e a democracia nas escolas, estiveram tão em causa como nos dias de hoje. 36 anos de políticas de direita que destroem o ensino conquistado com o 25 de Abril, e que tem, hoje, nas troikas portuguesa (PS, PSD, CDS) e estrangeira (BCE, FMI, EU) os principais protagonistas.


É vergonhosa a falta de condições nas escolas: escolas degradadas, falta de materiais para as aulas, falta de funcionários, falta de professores que levaram ao aumento de número de estudantes por turma, que muitas vezes nem cabem nas salas de aula. As escolas encontram-se em asfixia financeira que ao longo do ano lectivo passado e já este ano levou a que as escolas procurassem reduzir despesas em bens essenciais para os estudantes. Com a proposta de orçamento de estado para 2013, em que se reduz o orçamento para a educação, vai agravar em muito as situações que os estudantes já enfrentam.
Num quadro em que as famílias empobrecem de dia para dia, em que começamos um ano lectivo em que muitos estudantes não têm manuais escolares e nem conseguem comprar todos os materiais que necessitam, em que se acabaram com os apoios ao passe escolar, cujos valores passaram para o dobro, os estudantes confrontam-se com graves dificuldades financeiras que certamente levará ao aumento do abandono escolar.
Os estudantes manifestaram-se hoje também contra os exames nacionais e a perspectiva de começarem a englobar 3 anos de matéria e contra o estatuto do aluno, em particular contra o seu regime de faltas. Uma falta de material passou a equivaler a uma falta de presença e em muitas escolas estão a ser aplicadas multas pelas faltas injustificadas e quando assim não o é, o director tem poder de decisão de aplicar “castigos” aos estudantes. Esta não é mais que uma medida para afastar milhares de estudantes do ensino e a procura de formas de financiamento das escolas a partir dos estudantes.  
Apesar das condições climatéricas, milhares de estudantes demonstraram com convicção e determinação nas ruas de Vila Praia de Âncora, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Guimarães, Esposende, Braga, Vila Verde, Porto, Aveiro, São João da Madeira, Coimbra, Cantanhede, Marinha Grande, Caldas da Rainha, Alpiarça, Lisboa, Seixal, Barreiro, Montijo, Setúbal e Évora, que estão contra estas politicas e exigem uma Educação Publica, de Qualidade, Gratuita e Democrática para todos. Reafirmaram também a continuidade da luta, nas escolas e na rua, pela defesa dos seus direitos e contra o Orçamento de Estado de 2013 que procura destruir a educação pública e empobrecer ainda mais as famílias.
Aos estudantes, a JCP reafirma que só “Com a Força da Luta, Construímos a Escola de Abril” – lema do 12º Encontro Nacional do Ensino Secundário da JCP, que terá lugar no próximo dia 17 de Novembro em Lisboa. Este encontro é um momento importante na Organização do Ensino Secundário da JCP, que certamente contribuirá para o seu reforço, para aprofundar o conhecimento da realidade dos estudantes do ensino básico e secundário e reforçar a intervenção dos estudantes comunistas nas escolas e na luta pela educação pública.
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