Esta medida, que decorre das medidas de combate ao défice, demonstra a visão estritamente economicista deste governo sobre a educação e o Ensino Superior, e terá consequências muito negativas na formação dos docentes do futuro. O governo pretende que os estudantes estagiários deixem de dar aulas (vertente essencial do valor pedagógico do estágio), deixando o estágio de ser remunerado e de contar como tempo de serviço.

Esta medida faz parte da continuidade da ofensiva elitizante e privatizadora que este governo prossegue, mantendo as propinas, impondo o Processo de Bolonha e prosseguindo na intenção de atacar a autonomia das instituições e a participação estudantil nos órgãos de gestão. Políticas que os estudantes combateram, ajudando a pôr fim ao anteriores governos de direita, exprimindo uma vontade de mudança, que este governo, como a JCP e o PCP alertaram, se apressou a defraudar.

A JCP considera que o problema dos estágios atinge vastas áreas do Ensino Superior, onde se verificam situações escandalosas, como jovens a trabalhar de graça ou a pagar para trabalhar, como nos cursos da área da saúde. A JCP afirma que o direito a estágios dignos e devidamente remunerados é de todos os estudantes.

Reforçando a saudação à luta em curso, a JCP apela à sua continuidade e considera necessário reforçar a luta contra as políticas deste governo, contra esta medida, mas também contra as propinas, as prescrições, ao combate ao Processo de Bolonha, por mais e melhor acção social, por uma gestão democrática em que os estudantes tenham voz, por um Ensino Superior Público, Gratuito e de Qualidade.

O Secretariado da Direcção Central do Ensino Superior da JCP