Portugal Fora de Bolonha JÁ!
24-Mar-2006
4) Consequências - Com o desenvolvimento deste processo tender-se-á para a criação de grandes pólos de produção científica nos países economicamente mais poderosos, enquanto que aos países periféricos será destinado um papel de atribuição de formações menores. Portugal tenderá a ser um país de 1º ciclo.
- A questão da mobilidade prende-se tão-somente com a possibilidade de concentração dos mais qualificados trabalhadores científicos nestes países e com a distribuição de mão-de-obra à escala europeia de acordo com as necessidades do capital. - Pode prever-se que, à semelhança do que já acontece, por exemplo, na agricultura e pescas, poderão ser estabelecidas quotas de licenciados, por áreas de formação, para cada país.
- Com a enorme desvalorização da actual licenciatura, o 1º ciclo de estudos será insuficiente para uma formação, de facto, superior. Para tal, a conclusão do 2º ciclo será necessária. No entanto, a este só acederão os mais ricos (ideia reforçada pelo facto deste processo se desenvolver simultaneamente com o da diminuição da comparticipação do Estado no ensino superior, obrigando a uma procura de receitas próprias por parte instituições, nas quais se incluirão, naturalmente, o aumento das propinas de mestrado, as quais não têm limite máximo).
- Isto afastará, logo antes do 1º ciclo, todos os estudantes que sabem, à partida, não ter condições financeiras para frequentar o 2º ciclo e que sem ele não poderão exercer a profissão a que aspiravam.
- Com a modificação da natureza da actual licenciatura – pois, segundo os textos, o 1º ciclo deverá “ser relevante para o mercado de trabalho”–, o ensino politécnico perderá muito do seu espaço e tenderá a ser reconvertido em cursos de especialização tecnológica (formação profissional intermédia - mais do que de nível secundário mas menos do que de nível superior). Mais um contributo para acentuar as assimetrias regionais.
- Também se coloca o problema da convivência no mercado de trabalho de licenciados de dois tipos e o do reconhecimento das formações obtidas.
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