AGIT | Resistência durante o fascismo

A Resistência durante o fascismo

A existência de um partido político de classe operária, o PCP, sendo o único detentor de um Programa para a revolução antifascista, e o seu enraizamento nas massas populares, com especial destaque na classe operária, que demonstrava uma aptidão combativa e experiente na luta contra o regime fascista em Portugal, são uns dos principais factores para que a Revolução de Abril conquistasse os seus dias. Também aqui os jovens demonstravam um especial papel, na afirmação das suas justas reivindicações e na luta por um país livre das amarras do capital e do fascismo.

Com a instauração do regime Fascista as condições de vida da juventude sofreram rudes golpes. Tempos caracterizados pela fome, doença (raquitismo e tuberculose), falta de condições no trabalho e habitação, desemprego, emigração forçada, grande taxa de iliteracia juvenil e um ensino voltado para favorecer os filhos da burguesia, enquanto que os filhos do operariado eram empurrados para as fábricas e o trabalho infanto-juvenil.

Foi com este pano de fundo, em Portugal, que a Juventude durante o fascismo viveu, mas foi também pela existência destas condições que os jovens desde cedo marcaram a sua força pela resistência, unidade e luta heróica contra o Salazarismo, um período histórico inscrito também nos quase 100 anos de luta dos jovens comunistas portugueses. Importa frisar que é num contexto de clandestinidade que o PCP mantém a sua actividade, com os seus militantes, bem como todos os que se insurgissem contra o fascismo, submetidos a uma grande repressão. A firmeza e convicção na justeza da luta pela liberdade  e pelos direitos do povo português  manteve acesa a resistência antifascista, servindo de alavanca para abrir o caminho para Abril. Vários foram os exemplos de valentia e força dos estudantes e jovens trabalhadores. Em Dezembro de 1941 o Avante! fazia manchete da luta dos estudantes em Coimbra, Lisboa e Porto contra o decreto-lei que aumentava o valor das propinas no Ensino Superior.  Em Maio de 1944 o Avante! referia que os jovens trabalhadores abandonavam, em protesto, os seus postos de trabalho exigindo aumentos salariais. A cada ano a luta intensificava-se e era cada vez maior o caudal de jovens a organizarem-se e a tomarem partido.

Fruto de lutas como estas foram-se criando alicerces para a formação de uma ampla frente de massas juvenis antifascistas, que viria a concretizar-se no MUD Juvenil em 1946. Este espaço teve importante papel na formação de associações académicas, na fomentação da luta dos estudantes e da juventude, como são exemplo as lutas estudantis travadas na década de 60, particularmente em 1962 e 1969, momentos que ficariam conhecidos como crises académicas. Também em 1969 surge o Movimento de Jovens Trabalhadores (MJT), estrutura unitária com o objectivo de organizar uma importante camada social que ganhava peso com o aumento da industrialização do país. Foram por isso essenciais as lutas travadas pela juventude, com um importante contributo e papel de direcção dos jovens comunistas, na consciencialização política contra o regime fascista. 

O amplo movimento unitário de massas juvenis foi um factor determinante para juntamente com a classe operária, os militares, também eles muito jovens, e outras camadas da população, como também pela acção e prontidão revolucionária do PCP, derrubar a ditadura fascista e edificar um processo revolucionário que foi a maior proeza do povo português – a Revolução de Abril.

AVANÇAMOS COM A FORÇA DA JUVENTUDE!

Falar nos 40 anos da JCP traduz, sobretudo, um corajoso compromisso com o futuro de organizar e assumir em toda plenitude o papel de vanguarda da juventude portuguesa