AGIT – Editorial Fev.2021

Defesa e conquista de direitos

O último ano foi profundamente marcado pela aceleração da crise do capitalismo e consequentemente pelo aumento dos problemas da juventude, devido à situação epidemiológica e o agravamento de problemas estruturais. No entanto, ao fim de um ano de uma pandemia os problemas não desapareceram. Por isso, tal como os trabalhadores continuam a produzir, também os jovens comunistas prosseguem a sua luta pela defesa e conquista de direitos.

A festa do Avante! reafirmou-se com uma ainda maior importância, tendo sido realizada com alegria, tranquilidade e segurança, mostrando mais uma vez a capacidade de organização do coletivo partidário.

O XXI Congresso do PCP realizou-se com toda a segurança em Novembro, apesar de toda a ofensiva montada contra o mesmo pelos meios de CS ao serviço do grande capital. Salientamos o contributo da JCP, quer na sua construção ao longo de vários meses, discutindo e apresentando propostas, quer pela sua presença e contributo para a realização do mesmo.

Destacamos também, a marcação do 12º Congresso da JCP a 15 e 16 de Maio cuja construção será ligada à vida, à luta e às justas aspirações dos jovens portugueses . 

No dia 24 de Janeiro, travamos a importante batalha das eleições presidenciais. Muitas foram as iniciativas e ações de contactos realizadas, mais de 500 jovens tomaram como sua a candidatura de João Ferreira, o único candidato que se propôs a “Cumprir e fazer cumprir a constituição” de Abril, que queremos rever na nossa vida enquanto jovens estudantes e trabalhadores.

O ano letivo iniciou-se num quadro de incerteza, velhos problemas persistem e novos se levantam. A 10 de outubro, realizaram-se os plenários nacionais do ensino superior e secundário, onde participaram dezenas de jovens que discutiram problemas e linhas de trabalho para combater injustiças e arbitrariedades que colocavam em causa a democracia nas instituições. Devido ao aumento do número de infetados e à falta de capacidade das instituições de ensino de assegurar todas as medidas de segurança necessárias, nomeadamente fruto da falta de funcionários que assegurem a limpeza dos espaços, as Instituições de Ensino fecharam novamente no início de 2021. Acrescenta-se ainda a falta de preparação do governo para assegurar condições dignas de estudo a todos os jovens neste regresso às aulas à distância. Revela-se assim imperativo dar continuidade à luta que tem vindo a decorrer pelo regresso rápido às escolas de forma segura.

No ensino secundário sob o pretexto da pandemia e de sucessivos decretos de Estado de Emergência, muitas direções de escolas procuraram reduzir ainda mais a democracia interna, nomeadamente colocando entraves à realização de RGA e de processos eleitorais, sucedendo que hoje ainda são muitas as escolas sem associação de estudantes. Os jovens organizaram-se para lutar contra as injustiças e em muitos casos saíram vitoriosos, tendo conseguido realizar eleições para as AAEE no primeiro período.

No ensino superior, várias foram as preocupações levantadas relativamente ao regime misto (presencial e online) de ensino. Sendo ainda maiores as dificuldades  hoje (em regime totalmente online) fruto da falta de acesso a computador e internet, bem como das dificuldades de realizar disciplinas práticas em casa. Os velhos problemas de falta de financiamento e de ação social escolar mantiveram-se, e outros surgiram como a colocação de entraves à realização de processos eleitorais, por isso os estudantes uniram-se por todo o país para revindicar melhores condições. Destacando-se as lutas em Lisboa, Porto e em Coimbra, com as mais diversas bandeiras. À semelhança do que acontece noutros ciclos, luta-se pelo regresso à normalidade em segurança, luta que terá importância redobrada no dia 24 de Março, dia do estudante.

Os jovens trabalhadores, são os que mais têm sentido as consequências do agravar das condições de vida e do ataque a direitos. A precariedade, agravada com o aumento do período experimental, os baixos salários, as dificuldades na emancipação. São alguns dos problemas em torno dos quais estes jovens se uniram. A 26 de Dezembro, realizou-se a manifestação da CGTP, à qual, estes deram um importante contributo, a 5 de novembro na conferência da Interjovem, se reforçaram para o desenvolvimento da luta. E no passado dia 25 de Fevereiro deu-se continuidade à luta. 

A JCP reafirma o seu compromisso com a luta dos jovens por melhores condições de vida, de estudo e de trabalho. É hora de juntar força à luta por um mundo novo, livre de opressão e exploração.