A ofensiva Ideologica

A ofensiva Ideológica

A ofensiva ideológica não está desligada da luta de classes que move a sociedade. A ofensiva ideológica que actualmente existe e se faz sentir contra o PCP não pode ter outra leitura senão uma resposta ao medo que o nosso projecto e ideal provoca ao grande capital.

Desde a contra-revolução – que vai lentamente tentando desvirtuar e redefinir conquistas democráticas – que o PCP é marginalizado por alguns Órgãos de Comunicação Social (OCS) precisamente por ser o partido que está na linha da frente da defesa dos ideais e valores de Abril, algo que não agrada aos monopólios que os detêm.

Claro que esta ofensiva não passa somente pela tal marginalização do Partido, passa também pela promoção de conceitos e valores que moldam a sociedade aos interesses do capitalismo mas ambos os tipos de ofensiva articulam-se de uma forma minuciosamente desenhada.

Os ataques ao Partido vão sendo des- feridos de várias formas através de difamações, ataques pessoais, levanta- mento de falsas suspeitas, distorções, simplificações, manipulações, omissões de posições e silenciamento.

Muitos dos ataques podem aparentar ser obra do acaso, mas são resultado de op- ções editoriais muito claras que visam obedecer a diretrizes dos centros de de- cisão do grande capital monopolista e que devem ser encaradas como resposta ao nosso potencial de transformação da so- ciedade. A realidade assim o comprova.

De acordo com o relatório da ERC sobre a cobertura televisiva nas eleições para o Parlamento Europeu, a CDU foi a força política com representação europeia com menos presenças em quatro dos cinco canais analisados, sendo à altura das eleições a terceira força política com mais representação, contando então com três eurodeputados e a única com uma visão vincadamente diferenciadora no contexto em questão.

Estas eleições são um pequeno exemplo e esse relatório uma pequena prova uma vez que há ainda um conjunto de factores que podem não ser quantificados mas que vão pesando nos vários ataques.

Observando a composição dos principais OCS não é difícil constatar que o PCP é dos partidos com menor representação.

Vários são os espaços de comentário político em horário nobre com ou sem contraditório onde o PCP não toca, vários são os programas de reação a debates onde o PCP não está presente e vários são os jornais para onde PCP não tem alguém que escreva.

Esta é a receita para o silenciamento que numa teia bem articulada dá a ideia de um certo pluralismo mas que não esconde a clara bipolarização PS/PSD, com uma ou outra nuance é certo, mas sempre com uma visão única dos acontecimentos.

A par do trilho da tradicional falsa pluralidade, nos últimos tempos temos assistido a um conjunto de ataques, mais ou menos elaborados mas sempre acompanhados pela mentira e calunia.

O que devemos retirar daqui é a capacidade de resposta que o colectivo partidário teve.

Dos três resultados eleitorais do ano que passou retiram-se duas conclusões claras que merecem reflexão: a primeira conclusão é que são resultados, que apesar de não serem positivos, foram conseguidos a pulso por todos os militantes do PCP, JCP e activistas da CDU, algo que deve ser valorizado e exaltado; a segunda conclusão é que foram resultados obtidos sobre um quadro de intensa ofensiva ideológica, principalmente veiculada pelos OCS, o que só dá mais valor à primeira conclusão.