Fim aos Exames Nacionais

A JCP tem alertado, desde que os Exames Nacionais existem, para a desigualdade de avaliação destes, bem como para a barreira que estes criam no acesso ao Ensino Superior. Caso disso é o ponto 1.1 da Resolução Política do 14º Encontro Nacional do Ensino Secundário, aprovada a 11 de Novembro de 2017:

“Os Exames Nacionais, que constituem uma grande barreira no acesso ao Ensino Superior e são uma forma de desvalorizar a avaliação contínua. Estes são acima de tudo um mecanismo de agravamento de assimetrias socioeconómicas e de total desrespeito pelo trabalho dos estudantes, para além de ignorarem aquele que deveria ser o papel da escola, a contribuição para a formação integral e desenvolvimento do indivíduo. A verdade, é que os alunos veem o seu trabalho de 2/3 anos condicionado por uma prova de 3 horas, muitos deles com entraves ao acesso dos conteúdos a lecionar nesses anos quer por dificuldades financeiras quer sociais, quer no acesso a manuais escolares, manuais de preparação e/ou explicações. Estes argumentos, por exemplo, comprovam que os exames, por muito que se diga que são uma forma de equalizar o acesso ao Ensino Superior, não conseguem ser justos e muito menos colocar os alunos no mesmo “patamar” de acesso. Outras situações, como a falta de recursos humanos na escola, as melhores condições do ensino privado, as turmas sobrelotadas, o desinvestimento no ensino público, os atrasos nas colocações de pessoal docente, o desaproveitamento da avaliação contínua e a pressão imposta aos professores e alunos pelas metas curriculares apenas contribuem para uma maior desigualdade e injustiça. Neste sentido, a avaliação contínua e justa é a única que, tomando em conta as especificidades de cada um, consegue promover um real desenvolvimento integral e satisfazer, as também únicas, necessidades de cada um. Este tema tem de ser desmontado, demonstrando a ineficácia deste método e a perversão que encerra, uma vez que se estuda não para saber as matérias, mas para ter sucesso no exame.”

A JCP continuará a lutar por uma avaliação justa e contínua.

Link para a notícia lançada pelo Jornal Público