Escola Profissional de Tondela

Na Escola Profissional de Tondela, tal como em outras escolas profissionais do nosso país, assiste-se à degradação das condições materiais e humanas, fruto dos cortes de financiamento praticados ao longo dos anos pelos governos do PS, PSD e CDS.

 

Os estudantes são confrontados com a falsa ideia de que recebem dinheiro para estudar, fruto dos subsídios que deveriam receber, mas, na verdade, para além de alguns estarem em atraso (como é exemplo a bolsa de materiais) os gastos que os estudantes vão tendo ao longo do ano, têm revelado que estudar não está ao alcance de quem quer, mas sim de quem pode. No Curso de Restauração, por exemplo, o subsídio de estágio só chega aos estudantes no final do estágio (em média 100 euros) e têm de ser estes a assegurar o custo das deslocações, refeições e ainda alguns materiais durante todo o estágio, têm de pagar 10 euros pela farda, e pelo calçado necessário para as aulas são pelo menos 35 euros. Perante um regime de faltas rígido, que ao ser ultrapassado obriga os estudantes a pagar 20 euros para poderem repor o módulo.

 

Sobre as condições materiais, na Escola Profissional de Tondela, o ginásio tem dimensões reduzidas, tendo em conta o número de turmas que usam o espaço em simultâneo, e os balneários são demasiado pequenos para que os estudantes se possam equipar ao mesmo tempo, e por vezes falta água quente para se tomar banho após as aulas.  Também a cantina tem uma dimensão reduzida para a quantidade de alunos da escola. Faltam computadores com condições necessárias para os estudantes do curso de Técnicas de Informação e Gestão e falta um bar na escola com preços acessíveis para todos os estudantes!

 

A Juventude Comunista Portuguesa defende um Ensino Profissional que seja digno, público, gratuito e de qualidade, no qual a formação integral dos estudantes deve ser a prioridade, bem como potenciar o desenvolvimento do concelho ou distrito onde se encontram os estudantes, e não estar ao serviço dos interesses dos grupos económicos regionais, que se aproveitam deste subsistema pelo facto de cada mais estudantes serem empurrados para cursos profissionais por não terem condições económicas e financeiras para ingressar no Ensino Superior. Os cursos não podem servir para formar mão-obra-mais facilmente explorável, servindo a lógica do aumento dos lucros dos grupos económicos.

 

A JCP apela aos estudantes do Ensino Profissional que nas escolas e nas ruas intensifiquem a sua luta pela direito a estudar, pelo Ensino Profissional público e gratuito a que têm direito, pelo reforço de financiamento por parte do Estado e pela dignificação deste sistema de ensino.