Cantinas Amarelas: novo conceito, o mesmo problema

06 de Março 2019 Coimbra

No dia 26 de Setembro de 2018 a JCP lançou um comunicado exigindo explicações sobre o modo de reabertura das Cantinas Amarelas, com a exigência, entre outras, de que estas tivessem refeição social. Estas cantinas reabriram no passado dia 28 de Fevereiro, e, apesar de um abaixo-assinado promovido pelos estudantes da Universidade de Coimbra, que contou com mais de 800 assinaturas, é agora certo de que não terá prato social. Isto só demonstra a falta de vontade e/ou incapacidade da UC de atender às necessidades dos estudantes.

Apesar da importância da reabertura destas cantinas, o problema das longas filas e longos tempos de espera manter-se-á, pois não existirá a refeição mais completa e mais barata, de que os estudantes mais precisam.

Mesmo persistindo o problema do subfinanciamento da Acção Social Escolar (ASE), graças às políticas de sucessivos governos PS, PSD e CDS, o mínimo que se exige à UC é que resolva de facto o problema essencial da falta de cantinas. Não só porque os estudantes e suas famílias carregam em si muito do financiamento do Ensino Superior (através das propinas, taxas e emolumentos), mas porque estudar com qualidade é um direito fundamental de todos, a UC deverá encontrar condições para que as Cantinas Amarelas tenham refeição social, pois só assim se começará a atenuar o problema gritante das filas e tempos de espera para almoçar.

A JCP apela à continuação da luta dos estudantes pela existência de prato social nas Cantinas Amarelas, e pela requalificação e abertura das cantinas encerradas

Direcção da Organização do Ensino Superior de Coimbra da JCP

16ª Conferência Nacional do Ensino Superior

O ENSINO SUPERIOR QUE TEMOS…

Nos últimos 40 anos sucessivos governos de PS, PSD e CDS, e em especial o anterior governo, têm feito enormes cortes no financiamento às instituições de ensino superior e vários ataques que impedem a maioria dos jovens de estudar e forçam muitos a desistir, contrair empréstimos ou trabalhar para se manterem. Com o subfinanciamento das Universidades e Politécnicos o encargo passou para os estudantes e as suas famílias, em vez de ser garantido pelo Estado com os impostos pagos por todos.

Grande parte das cantinas e residências não têm condições, poucos estudantes têm acesso a bolsa e as bolsas praticamente servem só para pagar a propina. Existem também muitas escolas a necessitarem de obras urgentes e com graves deficiências em professores e funcionários. Foram dados passos preocupantes no sentido da privatização da Educação e em particular do Ensino Superior: entidades externas, empresas e grupos económicos, intervêm, financiam e condicionam os órgãos de gestão das instituições e decidem em favor dos seus interesses.

O ENSINO SUPERIOR QUE DEFENDEMOS E PELO QUAL LUTAMOS

  • O aumento do financiamento para o Ensino Superior Público, para  a pôr fim às propinas (e outras taxas e taxinhas, como nas melhorias de nota) e garantir qualidade de Ensino;
  • Um maior financiamento para a ASE, que consiga permitir igualdade no acesso e frequência no Ensino Superior;
  • Um regulamento de atribuição de bolsas justo, com aumento no número e valor de bolsas atribuídas. O fim dos atrasos nas bolsas de estudo;
  • A saída de Portugal do Processo de Bolonha, garantindo um ensino que tenha como objetivo a formação integral dos estudantes e os interesses soberanos do país, numa rede integrada num sistema científico e tecnológico nacional que desenvolva o País;
  • A revogação do atual RJIES, pela participação efetiva dos estudantes nos órgãos de gestão, para que os seus interesses sejam ouvidos;

Perante esta realidade a JCP realiza a Conferência Nacional do Ensino Superior em Lisboa, a 11 de Novembro. Este é um momento alto para todos os estudantes do ensino superior, em que juntos discutimos o Ensino Superior que temos e o que queremos. O debate é aberto a todos! Participa!

ANIKILLA AS PROPINAS

Brevemente, nos polítécnicos e universidades

E se não existissem propinas?

A Organização do Ensino Superior da JCP lança o desafio – ANIKILLA AS PROPINAS – isto é, é urgente acabarmos com elas e é possível, através da união e luta dos estudantes. Esta iniciativa vai, a partir de hoje, correr as Instituições de Ensino Superior de todo o país para esclarecer sobre o financiamento das instituições e como as propinas, taxas e outras taxinhas são uma injustiça e um grave entrave no acesso e frequência a um curso para a maioria dos jovens em Portugal.