JCP participa em brigada de solidariedade com a luta do povo egípcio
07-Mai-2011
egipto5.jpgA JCP participou numa brigada de solidariedade com a luta do povo egípcio, organizada pela Federação Mundial da Juventude Democrática e que contou com cerca de 12 organizações de vários países: Espanha (CJC), Grécia (KNE), Sudão (DFSS), Líbano (ULDY) e Palestina (YPPP), entre outras. Entre 13 e 18 de Abril, os participantes tiveram oportunidade de contactar com activistas e organizações dinamizadoras das lutas, nomeadamente com o Partido Comunista do Egipto. A brigada visitou ainda os locais mais emblemáticos dos protestos, no Cairo, Alexandria e Suez (cidade onde o levantamento popular teve início, a 21 de Janeiro), e participou numa manifestação na Praça Tahrir, no dia 15 de Abril.

“Em todas as ruas do meu país / O som da liberdade está a chamar”, é a música que se ouve e se canta nas ruas de todo o Egipto. A mais emblemática música das lutas que o povo egípcio tem travado e que é já um hino à luta dos povos, cantado em todo o mundo árabe.
    Durante anos o povo egípcio viveu sob a opressão do regime de Mubarak. Anos de miséria, injustiça e exploração. Anos em que, no plano da política externa, o Egipto se assumiu como mais um peão ao serviço do imperialismo norte-americano, ao lado de Israel. O segundo maior beneficiário, depois de Israel, da ajuda externa dos EUA. Durante anos, o regime de Mubarak foi considerado inabalável. Porém, o povo egípcio demonstrou que a sua heróica luta ao longo dos anos é de uma força e de uma determinação capazes de derrubar o mais vil e poderoso regime. E foi essa luta, essa convicção que levou milhões de pessoas às ruas e fez cair o regime, a 11 de Fevereiro.
    Pelas ruas do Cairo e de outras cidades egípcias, inscrições nas paredes assinalam o 25 de Janeiro, o primeiro dia das sucessivas manifestações que durante 18 dias consecutivos, puseram milhões de pessoas nas ruas de várias cidades e considerada a data mais importante do levantamento popular. Mensagens de protesto ou simplesmente desabafos de alegria estão por todo o lado, pintadas nas paredes, em cartazes ou faixas afixadas pelas cidades. As pessoas estão nas ruas, há alegria e esperança nos seus rostos.
    É justo dizer que as revoltas na Tunísia impulsionaram os levantamentos populares no Egipto. Sobretudo, deram esperança e confiança na luta. Porém, este era um processo que há muito tempo estava em construção, sendo de assinalar as contínuas greves e protestos de trabalhadores, que se intensificaram a partir de 2006 nas cidades mais industrializadas, como Suez e Mahalla, e que não se viam há 50 anos. São de assinalar também os protestos contra Israel, desde 2000 ou os protestos contra a guerra no Iraque desde 2003. Protestos contra o apoio e a ligação que o regime mantinha com os EUA e Israel. São também de assinalar os protestos dos estudantes, intensificados também desde 2009, após o assassinato de um activista pelo regime. Lutas organizadas, em que movimento sindical e juventude assumiram um papel de destaque. Lutas contra o regime, contra a exploração, pela justiça e democracia, por melhores salários e melhores condições de vida e trabalho.
    Mesmo depois da detenção de Mubarak, as pessoas continuam-se a manifestar nas ruas. Apesar do sentimento de vitória, há também um profundo descontentamento com a actual situação que se vive, o que leva as pessoas a sentirem necessidade de prosseguir a luta e dar continuidade aos protestos. Porque as expectativas daquele povo estão a ser defraudadas e traídas pelo Conselho Militar, que apesar de se declarar do lado do povo e contra o regime, a verdade é que já proibiu as manifestações e pretende manter a Constituição, com ligeiras alterações. O Conselho Militar aprovou também uma Lei dos Partidos, profundamente anti-democrática, que exige a divulgação dos nomes dos membros dos partidos, e proibe aqueles que defendem a luta de classes.
    O povo egípcio sabe que tem um longo caminho a percorrer para efectivar as suas reivindicações e parece disposto a prosseguir o caminho da luta. Porque reconhece que mudar as caras do regime não é suficiente, é necessário proceder a transformações efectivas, no plano político, económico e social. Sente-se um novo vigor, esperança e confiança na luta. São muitas as incógnitas sobre o futuro, a certeza é a de que a luta vai continuar!

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