Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores da JCP
Intervenção sobre o trabalho da JCP junto da Juventude Trabalhadora
25-Fev-2010
Camaradas

A acção e intervenção da JCP junto dos jovens trabalhadores é tarefa de toda a organização, o fortalecimento orgânico da JCP junto dos jovens trabalhadores, nomeadamente de jovens operários, é fundamental para um maior conhecimento e intervenção nesta área, e determinante para o fortalecimento do carácter de classe da JCP. A acção da JCP dirigida aos jovens trabalhadores assenta, prioritáriamente, na organização e intervenção nas empresas, nos locais de trabalho e nos sectores profissionais.

Desde o último Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores, e levando à prática as conclusões do 8º Congresso da JCP, a organização intensificou a intervenção nesta frente de trabalho, resultando dai uma organização mais forte, mais coesa, com maior capacidade de intervenção e consequentemente com maiores perspectivas e potencialidades de reforço.

Existe alguma disparidade de região para região, contudo, são inegáveis os avanços dados na criação de colectivos, na dinamização de uma maior actividade própria, na denuncia de problemas concretos dos locais de trabalho com boletins de colectivos, nas campanhas nacionais e regionais junto da juventude trabalhadora, na organização dos jovens comunistas nos seus locais de trabalho e na articulação do trabalho com o Partido nas empresas. Deram-se, também, passos importantissimos na regularização do contacto com os camaradas trabalhadores e a sua responsabilização nesta frente de trabalho.

Neste espaço temporal, que vai desde o último Encontro ao que hoje realizamos, houve necessidade de dar resposta à dinamização das grandes lutas dos trabalhadores que se realizaram, que levaram ao reforço de intervenção e organização dos jovens comunistas nos locais de trabalho, bem como o importante contributo para o reforço do movimento sindical de classe.

A situação social que a juventude trabalhadora hoje vive provoca inúmeras dificuldades na organização dos jovens trabalhadores, que necessitam de ser ultrapassadas com a definição de linhas de trabalho e prioridades de acção para os locais de trabalho nas regiões, um trabalho mais direccionado para o recrutamento e intensificação da presença da JCP nas empresas.

Não sendo nova, esta linha política de dificultar a organização dos trabalhadores, e muito especialmente da juventude, tem-se aprofundado e assume hoje contornos preocupantes. A instabilidade no emprego, a precariedade, o desemprego, os horários desregulados, o duplo emprego, os baixos salários, as pressões patronais, são caracteristicas que definem categóricamente esta linha política de direita protagonizada pelos sucessivos governos PS, PSD com ou sem CDS. Podemos afirmar que algumas dezenas de comunistas e amigos não estão presentes neste grande encontro derivado a estas questões que atrás referi.

Camaradas

Apesar das dificuldades que enfrentamos, é indispensável um maior envolvimento de quadros jovens trabalhadores e a sua responsabilização por esta frente de trabalho nas regiões. É fundamental que se mantenha um contacto regular com os jovens trabalhadores, que os organizemos em colectivos de empresa, de local de trabalho ou de sector, que os envolvamos na discussão colectiva.
A criação de colectivos de empresa, apesar de existirem experiências positivas, devem merecer ainda mais a necessária atenção por parte das organizações. Os colectivos da JCP nas empresas, locais de trabalho e sectores profissionais não se contrapõem nem substituem a célula do Partido, têm um campo e uma acção bem definida, completando a acção e intervenção da célula do partido, mobilizando e organizando os jovens trabalhadores na luta pelas suas aspirações e reivindicações especificas, esclarecendo-os, mobilizando-os para a luta mais geral dos trabalhadores.

O reforço da organização é de extrema importância, como tal, é necessário que os colectivos sejam dinâmicos e regulares, que tenham uma forte actividade junto das empresas através da criação de boletins de colectivo destinados à empresa, ao local de trabalho ou ao sector em que se inserem com as propostas e intervenção da JCP e do PCP, que realizem iniciativas das mais variadas expressões que envolvam os jovens trabalhadores. É tarefa prioritaria a discussão e concretização do recrutamento direccionado. É necessário divulgar a imprensa partidária, com especial destaque para o AGIT e o proletário, como elemento de formação dos camaradas, mas também como elemento de contacto com os jovens trabalhadores nas empresas. É de elevada importância, para a nossa intervenção, continuar a aprofundar o conhecimento dos problemas dos jovens nas empresas. Urge também delinear linhas de trabalho no sentido de sindicalizar os camaradas e destes sindicalizarem os colegas de trabalho nos seus sindicatos de classe, nos sindicatos afectos à CGTP-IN. A recolha de quotas é também um eixo fundamental para a actividade do colectivo e da organização.
Assim, e perante todas as tarefas a desenvolver pelos colectivos, é inevitável que se siga uma linha de responsabilização de camaradas nos colectivos pelas diferentes tarefas, designadamente pela recolha das quotas e da imprensa partidária. Outra linha de trabalho indispensavel é a institucional, devendo procurar-se que os problemas dos jovens nas empresas sejam discutidos na Assembleia da República através do grupo parlamentar do PCP.

Deve-se ter em atenção os horários das reuniões, por forma a que o maior número possível de camaradas possam participar e, não sendo esta a linha prioritaria a seguir, procurar que os camaradas que não estejam presentes nas reuniões tenham acesso às conclusões da mesma. Também, tendo em conta as dificuldades atrás referidas, existem muitos camaradas com pouca disponibilidade para participar nas reuniões e iniciativas, portanto, os colectivos devem discutir linhas de trabalho que possibilitem contornar essa induzida pouca disponibilidade. Medidas como responsabilizar camaradas por fazer a ligação a esses camaradas no seu local de trabalho recolhendo as quotas e vendendo a imprensa partidária e ir acompanhando a situação dos camaradas são indispensáveis.

Todo este trabalho deve ser articulado com o Partido, nomeadamente junto das suas células de empresa.

Camaradas

A realidade demonstra-nos que esta linha de trabalho é a única possivel, e é visivel em todas as distribuições, nas acções de contacto com trabalhadores, nas iniciativas especificas sobre determinados problemas em determinada empresa. Os trabalhadores sentem-se mais compelidos a discutir os seus problemas quando lá vamos com documentos concretos, valorizam a intervenção da JCP e do Partido, sentem-se apoiados nas suas justas reivindicações, tornando desta forma mais fácil a aproximação do trabalhador à organização e consequentemente o seu recrutamento.

Viva o Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores

Viva a JCP
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Juventude Comunista Portuguesa 2010-2014