A mais imediata conclusão a retirar dos resultados das eleições legislativas de 20 de Fevereiro é a clara derrota do Governo de direita. O Povo Português deixou bem claro que rejeita as sucessivas políticas de direita levadas a cabo pelo Governo do PSD/CDS-PP e que pretende que haja uma mudança definitiva na situação política do país. A derrota deste governo foi sempre para nós uma prioridade e algo pelo que sempre nos batemos no dia-a-dia, pelo que constitui uma grande vitória.

Apesar da maioria absoluta do PS, que ao longo da nossa campanha tentámos combater e a que não podemos ficar indiferentes, sublinhamos sobretudo o grande resultado da CDU. Mais 54 mil votos do que nas Eleições Legislativas anteriores que se traduziram na eleição de mais um deputado pelo Porto e por Lisboa, bem como na reconquista do deputado pelo círculo de Braga. Este assinalável reforço é um grande contributo para a continuidade da luta por mais empregos e melhores salários, por uma Educação Pública Gratuita e de Qualidade, pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, por um Portugal de paz e cooperação entre os povos. Saudamos por isso todos aqueles que antes, durante e depois deram o seu apoio para que este resultado fosse possível, que estiveram ao nosso lado a apelar ao voto na CDU. Saudamos também todos os amigos e simpatizantes que acreditaram e confiaram na CDU e que com o seu voto fizeram reforçar a sua votação. Saudamos, em particular, todos os jovens que connosco se empenharam na campanha eleitoral e os que, com o seu voto, contribuíram para este resultado, reforçando a nossa e a sua luta de todos os dias, luta que continua e continuará em nome dos seus interesses, aspirações e direitos a defender e conquistar.

A maioria absoluta do PS não nos dá quaisquer garantias que as políticas de direita vão ser abandonadas e que vá haver uma definitiva viragem à esquerda, antes pelo contrário. O PS já adiantou, por exemplo, que para o Ensino Superior as políticas não vão sofrer grande alteração. Já deixou bem claro que a Lei de Financiamento não irá ser revogada e que as propinas irão continuar. Para além disso, está a avançar com um processo de revisão da Lei de Bases do Sistema Educativo para aplicar ao Processo de Bolonha, no sentido de dar continuidade à sua implementação no Ensino Superior Português.

A luta dos estudantes do Ensino Superior continua!

Tendo em conta o actual cenário político, pautado por um Governo do PS com maioria absoluta na Assembleia da República, podemos prever que os próximos anos de Governação vão exigir muito dos comunistas. Com esta maioria o Partido Socialista encontra-se de mãos livres e sem alguma necessidade de fazer qualquer tipo de alianças à sua esquerda, facto este que pode vir a defraudar as expectativas que o povo português lhe confiou.

No plano da luta concreta dos estudantes do Ensino Superior, pouco ou nada sofre alteração. Aquelas que sempre foram as nossas bandeiras de luta continuarão a sê-lo, por um Ensino Público, Gratuito e de Qualidade para todos. Continuaremos a lutar pela revogação da Lei de Financiamento e pela defesa da participação estudantil na gestão democrática, e por um sistema de Acção Social Escolar mais justo, que promova a igualdade. Contribuiremos também para reforçar a denúncia do verdadeiro alcance do processo de Bolonha- que é de fazer do Ensino Superior um grande negócio para o poder económico dominante na Europa- e a luta contra esta imposição de graves consequências para o Ensino Superior em Portugal. Assim, a luta dos estudantes do Ensino Superior não deve parar, antes deve continuar, para que o Ensino seja, efectivamente, um direito.

O 84º Aniversário do Partido Comunista Português

No próximo dia 6 de Março o nosso Partido faz 84 anos, 84 anos de luta ao lado dos trabalhadores, na defesa de melhores condições salariais, de mais e melhor emprego, 84 anos à conquista de uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade, 84 anos na luta por um Portugal de Paz e cooperação entre os povos, 84 anos de causas e convicções e projecto de transformação social. O reforço eleitoral destas eleições legislativas comprovou não só a actualidade dos projectos aos quais o Partido se mantém fiel mas também que o entendimento que muitos quiseram fazer crer de que o nosso Partido estava envelhecido era errado.

A JCP contribui activamente, enquanto juventude revolucionária, para que este sentimento não seja esquecido.

Saudamos assim estes 84 anos de história marcados pela resistência e luta de um Partido que constitui o pilar fundamental da conquista da democracia, que desde sempre demonstrou o seu empenho em lutar por uma sociedade mais justa onde não existam explorados nem exploradores.

Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes (FMJE)

Realiza-se este ano o 16º FMJE, de 5 a 16 de Agosto em Caracas, Venezuela. Com o lema "Pela Paz e a Solidariedade, Lutamos contra o Imperialismo e a Guerra", este é o maior evento das juventudes progressistas de todo o mundo. Um momento de reforço da nossa acção na luta contra o imperialismo, o fascismo e o colonialismo, fomentando um mundo de paz e cooperação entre os povos.

Para a JCP é particularmente importante o empenho do movimento juvenil português na organização e mobilização para o Festival, dado que preside, actualmente, à Federação Mundial das Juventudes Democráticas. Assim, coloca-se-nos o desafio de alargar o envolvimento do movimento estudantil nas tarefas de divulgação, afirmação e mobilização para o Festival, bem como de ampliar o contributo da organização da JCP para o sucesso do maior evento mundial da juventude.