Tendo em conta recentes notícias vindas a público, foi anunciado ao CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas), por parte do Ministério da Educação e Ciência, a intenção de um corte nas verbas para as universidades de cerca de 3%, o que corresponde a cerca de 15 milhões de euros.

Considerando os sucessivos cortes orçamentais, sentidos pelos estudantes e pelas instituições, que se materializam através do encarecimento dos serviços e custos inerentes à frequência no Ensino Superior, e na diminuição da qualidade, falta de professores, entre outros, a resposta foi sempre unânime: não é possível nem estudar, nem conseguir que funcionem instituições com o subfinanciamento actual, sem que sofra a qualidade do ensino e a dignidade deste e dos estudantes.

Isto já foi denunciado tanto por estudantes, como po Reitores e Associações de Estudantes.

Contribuindo para agravar ainda esta situação, as Universidades estão confrontadas com a cativação de 10 milhões de euros, consequência dos cortes impostos pelo Governo no Orçamento Retificativo. A esta situação fogem apenas as fundações, mais uma indicação da intenção empurrar para este caminho todas as instituições.

A este quadro de desinvestimento, e geral desmembramento e destruição do Estado Social, junta-se ainda o drama da diminuição de salários e rendimentos, do desemprego e a degradação das condições de vida da população. Mistura bombástica, juntando propinas, cortes nas bolsas e aumentos nos preços dos transportes, o resultado é visível: na primeira fase de candidaturas foram menos 5 mil, os alunos que efectuaram a sua candidatura de acesso ao ensino superior.

Estes dados demonstram com claridade qual o rumo político para onde querem levar o país, o Governo PSD/CDS, abrigando-se no memorando com a Troika, procura levar a cabo a destruição de um Ensino Superior Público, de acesso democrático, com qualidade e que, sendo como inscrito na CRP, função do Estado, retire também para o país os frutos da qualificação dos jovens, do desenvolvimento tecnológico, cientifico e do conhecimento.

Com o desinvestimento e as políticas aplicadas ao Ensino, com os processos de privatização, a ingerência de empresas nos órgãos de decisão das Universidades e a procura de investimento privado para colmatar a asfixia financeira, compromete-se cada vez mais o ensino, os estudantes e os resultados do desenvolvimento científico. O objectivo é destruir o Ensino Superior capaz de contribuir para um país mais independente e mais desenvolvido, pois é nas mãos dos grandes grupos económicos que PS, PSD e CDS, que desde sempre desenharam esta política e que apertam a mão à troika, desejam colocar o futuro da Educação.

A Juventude Comunista Portuguesa apela à luta dos estudantes e de todos os sectores que são afectados com este ataque generalizado aos direitos e à vida dos Portugueses. Travaremos com os estudantes a defesa do Ensino Superior público e democrático, a luta pelo direito a estudar e por mais investimento, para que se concretize um ensino que esteja ao serviço do país.