A Juventude Social Democrata decidiu hoje interpelar o Governo português para saber “o valor transferido do Orçamento de Estado para os sindicatos”. Da parte da Juventude Comunista Portuguesa achamos curiosa a súbita preocupação da JSD com a “equidade dos sacrifícios” e questionamos:

1) Onde andava “a preocupação com a equidade dos sacrifícios” da JSD e do Governo quando decidiu acabar com o passe 4_18 e sub-23 que abrangia milhares de estudantes enquanto se queimavam milhares de milhões de euros em contratos “swaps”?

2) Como votaram os deputados do PSD, alguns deles da JSD, quando nos últimos anos o actual Governo decidiu cortar sucessivamente nas verbas para a Educação em largas centenas de milhares de euros ao mesmo tempo que nada se fazia para impedir o enriquecimento ilícito dos grandes grupos económicos?

3) Onde tem andado a JSD quando observa, sem dar resposta, o protesto generalizado dos estudantes e a luta que desenvolvem por chover dentro das salas, por haver pavilhões gimnodesportivos que não têm condições, e frio no inverno por não haver aquecimento?

4) Se a JSD acha que “o futuro de milhares de jovens” foi “posto em causa” por causa da greve da passada 2ª feira, o que a motivou a nunca se pronunciar sobre os milhares de estudantes que recebem atrasados os subsídios de transporte e alimentação, levando muitos a não ter como ir para a escola ou a enfrentar situações de fome?

5) Saberá a JSD que do OE não se transfere dinheiro nenhum para os sindicatos, mas antes que os sindicatos são financiados pelos seus associados ou por iniciativas, formações e parcerias? E saberá que os dirigentes sindicais recebem o seu salário, como se estivessem a exercer funções públicas, ou, no caso do sector privado, como se exercessem funções na empresa onde trabalham?

Ao contrário do que defende a JSD, que nunca se importou nem se importa verdadeiramente com a Educação – antes se move pela fúria privatizadora e cólera anti-sindical do seu partido – o que a Educação Pública em Portugal precisa é de investimento, espírito crítico e democracia. A defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade, tal como inscrita na Constituição da República Portuguesa, é feita pelos professores, funcionários e estudantes, organizados nas suas estruturas, por mais que isso atormente a JSD, o PSD e o seu parceiro de Governo CDS-PP na sua demanda por destruir o país e rasgar a Constituição – essa sim, a causa dos problemas no nosso sistema educativo!

Lisboa, 19 de Junho de 2013

O Secretariado da DN da JCP