Balanço da actividade e intervenção junto da juventude trabalhadora desde o 7º Congresso da JCP

Desde o último Congresso da JCP, que têm sido dados passos importantes no reforço do trabalho junto dos jovens trabalhadores, nomeadamente responsabilizando-se mais camaradas por esta frente de trabalho.

Embora ainda existam diferenças de trabalho de região para região, há que referir a existência de avanços muito significativos, reforçou-se o contacto regular com camaradas jovens trabalhadores, dinamizou-se campanhas nacionais e regionais, houve a criação de novos colectivos de jovens trabalhadores com actividade e intervenção própria. De uma forma geral, existe uma maior presença da JCP nas empresas e locais de trabalho, quer com documentos centrais, quer com documentos específicos por empresa ou sector, o que também tem permitido à JCP obter um maior e melhor conhecimento sobre a realidade laboral (quais as empresas com maior número de trabalhadores jovens, os horários de laboração, etc.), e ter uma intervenção mais consequente.

Comissão Nacional para as Questões da Juventude Trabalhadora

A Comissão Nacional para as questões da juventude trabalhadora é constituída por camaradas que intervêm nesta frente de trabalho, a sua composição não é fixa e pretende-se o seu reforço com a participação de um maior número de camaradas. Esta Comissão não substitui o papel fundamental dos colectivos de empresa e a sua intervenção antes pelo contrário, contribui para um melhor conhecimento da realidade dos jovens no meio laboral.

A Comissão Nacional para as questões da juventude trabalhadora tem reunido com uma maior regularidade desde o 7º Congresso da JCP e tem sido essencial para o aprofundamento das questões referentes aos problemas que afectam os jovens trabalhadores nos seus locais de trabalho e contribui para um melhor conhecimento da realidade laboral e definição das linhas de trabalho.

A Comissão Nacional para as questões da juventude trabalhadora deve:

Ser constituída por camaradas que intervenham nesta frente de trabalho, reforçar a sua composição e participação, assim como, assegurar uma maior regularidade de reuniões;
Aprofundar a análise e conhecimento da situação politica do mundo do trabalho e a situação social da juventude trabalhadora;
Dinamizar a discussão sobre as questões laborais e contribuir para a definição de linhas de orientação e intervenção da JCP nesta área;
Reforçar a dinamização da intervenção dos jovens comunistas no seu local de trabalho e no movimento sindical;
Dinamizar a discussão destas questões nas organizações da JCP, procurando aprofundar o conhecimento da realidade nas organizações regionais. Promover a discussão dos problemas da juventude trabalhadora nas comissões regionais da JCP e dinamizar actividades de informação, esclarecimento e de convívio junto dos jovens trabalhadores nas organizações.

Linhas de orientação da JCP para a acção e intervenção junto da juventude trabalhadora

Organizar os camaradas

Em muitas regiões existem colectivos concelhios de jovens trabalhadores, sendo importante esta forma de organização deve-se sempre que possível, organizar os camaradas por colectivos de sector ou empresa/locais de trabalho. Na JCP a criação de colectivos de empresa/local de trabalho deve ser a linha central para organizar os jovens trabalhadores. A formação dos colectivos de empresa/local de trabalho fica desde logo garantida com a existência de dois camaradas no mesmo local de trabalho. Assim, as principais linhas de trabalho devem estar viradas para a intervenção nas empresas e locais de trabalho, afirmando a JCP e o PCP, denunciando os problemas vividos pelos jovens trabalhadores no local de trabalho, vendendo o Avante! e o Agit, mobilizando e esclarecendo os colegas de trabalho para a luta.

Definir as prioridades

As necessidades de intervenção são muito maiores que a capacidade que temos, isto obriga-nos a definir prioridades de intervenção. Assim, é necessário que em todas as regiões se definam quais as empresas e/ou sectores prioritários de intervenção, dando preferência às empresas ou locais de trabalho com grande concentração de mão-de-obra juvenil ou onde tenhamos camaradas disponíveis para intervir na empresa. Em todas as regiões já foi feito este levantamento de prioridades de intervenção, no entanto tem que se actualizar regularmente, devido ao encerramento de muitas empresas, à abertura de outras e a mobilidade constante dos militantes jovens trabalhadores da JCP.

Articulação com o Partido

O trabalho junto da juventude trabalhadora é uma das frentes de trabalho que exige maior articulação com os camaradas do Partido. A experiência do Partido é necessária ao desenvolvimento das tarefas da JCP, para sabermos qual a composição social de uma empresa (para melhor se definir as prioridades de intervenção), quais os seus horários, mudanças de turnos, quais as entradas e saídas dos trabalhadores (para as distribuições e contacto com os trabalhadores), quais os problemas que afectam os trabalhadores. Esta linha de trabalho tem sido seguida na maioria das regiões sempre com resultados positivos para a intervenção da JCP nos locais de trabalho.

Venda e compra do Avante!

A venda do Avante! junto da juventude trabalhadora é uma linha de trabalho que já vem sendo seguida em muitas regiões do país. Embora se registem muitas insuficiências, esta tem-se revelado adequada. É no entanto necessário dar um novo impulso a esta importante linha de trabalho, tem que se imprimir um maior rigor no desenvolvimento desta tarefa. É necessário avaliar se o número de Avantes! corresponde às reais possibilidades de cada colectivo, responsabilizar um camarada por esta tarefa, fazer um levantamento de camaradas que podem adquirir o Avante! e organizar vendas regulares à porta das empresas consideradas prioritárias.

Realização de documentos próprios por empresa ou sector

A realização de documentos próprios por empresas ou sector é uma linha de trabalho muito importante, uma vez que assim conseguimos intervir melhor sobre os problemas concretos que afectam os jovens trabalhadores numa determinada empresa ou sector. Os documentos próprios devem ser simples na forma e concretos no conteúdo, devem ter os problemas vividos pelos jovens trabalhadores na empresa, as propostas da JCP e o apelo à sindicalização. Esta linha de trabalho deve obedecer a um estilo de trabalho quotidiano interiorizado por todos os camaradas e colectivos. As campanhas nacionais com documentos mais gerais, em nada colidem, substituem ou interferem com a realização de documentos concretos para as empresas ou sectores. A realização destes documentos exige o envolvimento dos camaradas nos problemas específicos, obrigando-os ao contacto com os trabalhadores e a um melhor conhecimento da realidade (tem que se procurar envolver na realização dos documentos os camaradas que trabalhem nestes locais de trabalho). Em muitas regiões esta linha de trabalho tem tido avanços importantes, com a realização regular de documentos próprios, sobre problemas específicos e com as propostas da JCP para certa empresa ou sector. A prática já demonstrou que quanto mais concreto é um documento próprio, mais bem recebido é pelo trabalhador e melhor resultado se obtém.

A intervenção do militante comunista na empresa onde trabalha

Para além das empresas prioritárias definidas pelo colectivo de jovens trabalhadores e onde se intervém colectivamente, deve ser colocado a cada camarada que tipo de intervenção pode ele próprio ter junto dos seus colegas de trabalho. Nem sempre é fácil, a precariedade e as condições de trabalho colocam limitações, camaradas que mudam frequentemente de local de trabalho, camaradas que consideram que pelo facto da empresa ser pequena ou com poucos trabalhadores não têm condições para intervir, entre outros aspectos. A experiência demonstra que é sempre possível intervir, ganhando os colegas de trabalho para a sindicalização, distribuindo a propaganda do Partido e da JCP, discutindo com eles a sua situação de explorados, elevando a sua consciência de classe e recrutando para a JCP e o PCP.

Sindicalização dos jovens trabalhadores da JCP

Tem-se verificado avanços importantes na compreensão politica por parte dos camaradas sobre o papel da JCP na sindicalização dos jovens trabalhadores. Mas tem que se continuar a fazer um esforço para que os camaradas compreendam quer a importância dos sindicatos e do seu papel na dinamização da luta organizada e consequente, quer da importância da participação dos comunistas nos mesmos. A luta organizada é a única forma de defender e conquistar direitos, para tal é muito importante a sindicalização dos jovens trabalhadores da JCP. Têm-se registado progressos na sindicalização de camaradas jovens trabalhadores, embora o número de camaradas sindicalizados seja ainda muito insuficiente. É muito importante intensificar esta linha de trabalho, tem que se fazer o levantamento de todos os camaradas que ainda não estão sindicalizados e fazer com que se sindicalizem, também é muito importante acompanhar a intervenção dos jovens trabalhadores da JCP no movimento sindical.

Actualização do ficheiro

Esta tarefa é de extrema importância para a JCP, uma vez que permite saber onde estão os camaradas a trabalhar, se estão sindicalizados, que disponibilidade têm para intervir no local de trabalho, etc. Esta linha de trabalho tem tido avanços importantes na maioria das regiões, no entanto não nos podemos esquecer que esta é uma tarefa permanente, uma vez que muitos dos camaradas tem pouca estabilidade profissional e muda frequentemente de local de trabalho. A actualização do ficheiro pode ser feita telefonicamente, mas isto não impede a marcação de conversas individuais com os camaradas nos Centros de Trabalho ou mesmo nos locais de trabalho, procurando ganhar os camaradas para elevar a sua militância.

Formação ideológica

A formação ideológica está ligada a muitos aspectos e é fundamental para um desenvolvimento adequado das orientações. Deve-se procurar discutir os problemas dos jovens trabalhadores e a ligação entre a política de direita e as razões das muitas lutas que travamos. A leitura do Avante!, do Agit e do Proletário - boletim central dos jovens trabalhadores da JCP - é importante, assim como a leitura dos diferentes documentos do Partido e do movimento sindical unitário. Ao mesmo tempo, devem valorizar-se os cursos de formação ideológica com destaque para o próximo a realizar para jovens trabalhadores da JCP nos dias 18 e 19 de Março na Escola do Partido na Quinta da Atalaia.

Recolha de fundos

Esta tarefa passa pela compreensão politica, individual e colectiva, do papel dos fundos numa organização revolucionária. Em termos concretos passa pela recolha regular de quotas - que se deve procurar seja 1% do salário base dos jovens trabalhadores -, pela responsabilização de um camarada pelos fundos em cada colectivo e que também passa pela realização de iniciativas. Deve-se ter sempre presente as necessidades financeiras da JCP para o desenvolvimento da sua actividade.

Integração dos jovens trabalhadores nas diferentes tarefas que temos pela frente

Para além das linhas de trabalho aqui estabelecidas, há que não esquecer as necessidades mais gerais e linhas de trabalho da JCP e do Partido. Será também fundamental ter em conta o contributo que os jovens trabalhadores poderão dar nas comemorações dos 85º aniversário do PCP, nas comemorações do 8 de Março - Dia Mundial da Mulher -, nas preparações das comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio, na preparação e discussão do 8º Congresso da JCP, na construção e realização da Festa do Avante!, entre muitas outras.

8º Congresso da JCP

O 8º Congresso da JCP, vai-se realizar em Vila Nova de Gaia nos dias 20 e 21 de Maio com o lema “Transformar o Sonho em Vida”. O Congresso é a mais importante realização da JCP e o seu orgão máximo. Sendo este um momento de grande importância na vida da JCP, no aprofundamento da discussão politica e do seu reforço, no alargamento, intervenção e influência da nossa organização.

O 8º Congresso apresenta-se como uma tarefa de grandes exigências para toda a organização da JCP. Cada militante tem uma enorme responsabilidade e um importante papel, neste sentido é muito importante envolver-se os camaradas jovens trabalhadores da JCP na preparação do nosso 8º Congresso.

Neste quadro, são muitas as tarefas que temos pela frente, desde o balanço de organização até à divulgação do 8º Congresso da JCP junto dos jovens operários e trabalhadores nas empresas e locais de trabalho.

O Balanço de Organização é uma oportunidade para obtermos um melhor conhecimento dos camaradas jovens trabalhadores que temos e onde trabalham, assim podemos utilizar este conhecimento para criar novos colectivos de empresas e locais de trabalho, organizando os camaradas jovens trabalhadores por local de trabalho. Deve-se também responsabilizar camaradas jovens trabalhadores por esta linha de trabalho.

A realização do 8º Congresso não significa, antes pelo contrário, o alheamento da JCP face às exigências da luta, assim está colocada a toda a organização uma meta de recrutamento de 1000 novos camaradas até Maio, tendo por objectivo o recrutamento de 300 novos jovens trabalhadores. É importante envolver estes novos militantes não só na preparação do nosso 8º Congresso como também na actividade regular da JCP.

A realização de um Congresso exige à JCP um esforço financeiro adicional, assim está a decorrer uma campanha nacional de fundos de 60 000€ até ao Congresso. À juventude trabalhadora cabe recolher cerca de 15 000€. Devem-se realizar iniciativas com o objectivo da recolha financeira, além disso podem-se potenciar as cartas de abordagem e o cartão de contribuição. Deve procurar envolver-se todos os camaradas jovens trabalhadores nesta campanha.

A realização do Torneio Agit é uma óptima oportunidade, não apenas, de se envolverem os nossos camaradas, mas também para o contacto com dezenas de jovens trabalhadores que participam no torneio. Deve-se fazer um esforço para a participação no Torneio Agit de equipas de jovens trabalhadores de empresas ou locais de trabalho.

Outra grande linha de trabalho para a divulgação do 8º Congresso da JCP é a pintura de 100 murais até Maio, esta tarefa pode ser aproveitada para envolver os jovens trabalhadores da JCP e colegas de trabalho. Pode-se ver metas a nível regional de murais para a juventude trabalhadora pintar perto de empresas, locais de trabalho ou de grande concentração de jovens trabalhadores.

Outra forma de também divulgar o nosso 8º Congresso junto dos jovens trabalhadores, é a marcação de distribuições do documento do Congresso para as empresas prioritárias de cada região e/ou fazer documentos próprios para as empresas onde, além de colocarmos as questões referentes à empresa em questão, possamos o colocar também logótipo e façamos uma menção ao 8º Congresso da JCP.

Desenvolvimento da luta e da acção reivindicativa

28 de Março - Dia Mundial da Juventude

A CGTP-IN com um importante papel da Interjovem marcou para dia 28 de Março uma acção que vai assinalar o Dia Mundial da Juventude, com um dia nacional de luta de jovens trabalhadores, centralizada em Lisboa, pelo direito ao emprego com direitos, pelo aumento dos salários, contra a precariedade. É muito importante a participação de todos os jovens trabalhadores da JCP nesta acção de luta, devemos colocar a todos os camaradas a possibilidade de tirarem o dia de férias ou folga para poderem vir à acção de luta (a mobilização deve ser vista nome a nome), é também importante que os camaradas influenciem e ganhem os colegas de trabalho para participarem neste dia de luta, para que esta luta tenha uma grande participação de jovens trabalhadores.

Lutas concretas em sectores/empresas

Perante o actual quadro político, com o Governo PS (apoiado por uma maioria parlamentar) que pratica politicas de direita e um Presidente da República – Cavaco Silva – formando um Bloco Central de interesses não se perspectiva, actualmente, alterações do rumo político da situação económica e social do País.

Existe uma crise estrutural, assiste-se ao aumento do desemprego, da exploração e à acentuação das desigualdades sociais. Para fazer frente a esta politica é importante a JCP estar atenta e disponível para intervir na defesa dos direitos dos trabalhadores, contribuindo para a sua consciência politica e dando confiança à sua luta. Esta linha de trabalho deve ser articulada com o Partido e com o movimento sindical unitário. Os jovens trabalhadores da JCP têm que participar e mobilizar os seus colegas para as lutas concretas marcadas pelo movimento sindical unitário de classe.

São disso exemplo a luta dos trabalhadores da EMEF para que os direitos adquiridos sejam aplicados a todos os trabalhadores incluindo à nova geração; a luta dos trabalhadores Lusosider em defesa do contracto colectivo de trabalho; a luta dos trabalhadores da Soflusa contra a discriminação salarial; a luta dos trabalhadores da Administração Pública contra a destruição do vinculo público, a retirada de direitos adquiridos e pela actualização salarial.

Comemoração do 1º de Maio

Por todas as razões a realização das comemorações do 1º de Maio por parte da CGTP-IN em todo o país devem ser acompanhadas de uma grande participação juvenil. Dando visibilidade às situações concretas dos jovens trabalhadores devemos contribuir para grandes “manchas” de juventude nas manifestações/concentrações de comemoração do 1º de Maio. Deve-se discutir nos colectivos a mobilização dos camaradas para o 1º de Maio colocando a cada um a possibilidade de se fazerem acompanhar por dois colegas de trabalho, procurando ver nome a nome quais os camaradas que estão mobilizados.