Apresentado por: Deputado Bruno Dias (PCP)
Exmo. Senhor
Presidente da Assembleia da República:
O Grupo Parlamentar do PCP realizou recentemente uma audiência com os
representantes do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos
da Freguesia de Santo André, na qual foi abordada a situação
que se mantém há cinco anos, num processo extremamente moroso
para a criação de novos cursos de ensino superior no pólo
do Litoral Alentejano do Instituto Piaget.
Este Instituto, no seu estabelecimento de ensino existente na cidade de Vila
Nova de Santo André, lecciona actualmente as licenciaturas em Turismo
e Hotelaria (iniciada este ano) e também de Motricidade Humana, que inclui
as áreas de ciências do desporto e ensino especial/reabilitação.
No entanto, uma das mais graves carências sentidas por esta região
(e por todo o país) reside exactamente na formação de pessoal
na área da saúde. É o que verificamos, aliás, com
a situação existente nos próprios equipamentos de saúde
naquela zona, quer a Extensão de Saúde de Santo André quer
o próprio Hospital do Litoral Alentejano.
Assim, desde há cinco anos que se prolonga o processo, em sede de Ministério
da Ciência e do Ensino Superior, com vista à criação
de novas licenciaturas, designadamente em Enfermagem, Radiologia e Fisioterapia,
naquele estabelecimento de ensino.
Esta questão é levantada pelo Movimento dos Utentes dos Serviços
Públicos da Freguesia de Santo André (pela evidente implicação
que se coloca ao nível dos serviços de saúde), bem como
pelas Autarquias Locais, que desde há longa data têm vindo a manifestar
preocupação face a esta demora do Governo.
Entretanto, fomos informados que, num processo em tudo semelhante – mas
bastante mais breve – foram já criadas as condições
para a criação dos mesmos cursos no Instituto Piaget em Silves.
O que torna ainda maior a estranheza perante a forma como o processo está
a ser conduzido em relação à Cidade de Vila Nova de Santo
André.
A identificação deste problema em nada diminui a necessidade
urgente e premente do nosso país em apostar de forma efectiva num investimento
real no ensino superior público, particularmente nas áreas da
saúde. A situação específica mencionada apresenta
a característica, consensualmente apontada, de ser possível resolver
uma perspectiva já existente, e que urge concretizar.
Assim, ao abrigo do disposto na alínea e) do artigo 156.º da Constituição
e da alínea l) do n.º 1 do artigo 5.º do Regimento da Assembleia
da República, venho requerer ao Governo, através da Senhora Ministra
da Ciência e do Ensino Superior, que me informe o seguinte:
1. Para quando prevê o Governo viabilizar a criação das
referidas licenciaturas?
2. Quais os motivos que têm levado a uma tão grande demora no processo
em causa?
O Deputado,
(Bruno Dias)
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