Estudantes do secundário protestam em todo o País
24-Nov-2006
Alcácer do Sal, Aveiro, Beja, Campo Maior, Évora, Faro, Figueira da Foz, Guarda, Ílhavo, Lisboa, Mealhada, Moita, Odivelas, Olhão, Palmela, Ponta do Sol (Madeira), Portalegre, Seia, Seixal, Sines, Sintra e Santiago do Cacém foram algumas das localidades onde os estudantes do ensino secundário participaram em concentrações, manifestações e outras iniciativas contra as políticas educativas do Governo, na quinta-feira. Em causa estão os exames nacionais no 6.º, 9.º, 11.º e 12.º anos, os custos do ensino, a privatização de parcelas rentáveis do sistema, as aulas de substituição, o numerus clausus no acesso ao ensino superior, a falta de condições materiais e humanas nas escolas e a inexistência de educação sexual, bem como o grande corte orçamental para a educação, previsto no Orçamento de Estado. Cerca de 200 estudantes protestaram em Faro, vindos de várias escolas da cidade, de Olhão e de Tavira. Em declarações à Lusa, Luís Lavadinho, da organização do protesto, referiu que, «nas aulas de substituição, passamos 90 minutos sem fazer nada, estamos desmotivados e os professores também porque estão a dar uma disciplina que não é a deles». Em Alcácer do Sal, duas centenas de estudantes manifestaram-se nas ruas da localidade. António Gonçalves, porta-voz da Comissão de Luta, afirmou que «as políticas do Ministério da Educação afectam vários graus de ensino e levam a que muitos jovens acabem por abandonar a escola», fazendo referência à falta de condições materiais e humanas nas duas escolas de Alcácer do Sal: «Na secundária, que funciona desde antes de 1974, existem 13 salas de aula para 17 turmas. Os professores também são poucos e chegamos a ter aulas conjuntas de várias turmas.» Na EB 2+3 Pedro Nunes, os principais problemas são materiais, com «mesas e cadeiras estragadas» e «chuva a entrar no edifício». Em Lisboa, a sede do Ministério da Educação também foi palco do protesto de 400 estudantes. «Nas aulas de substituição não curriculares estamos fechados na sala a fazer jogos, o que não útil para os alunos nem para os professores. Na maior parte dos casos, o professor que substitui não tem nada a ver com a disciplina que devíamos ter», afirmou Vânia Dias, da Escola Secundária Leal Carmona, de Rio de Mouro.

JCP solidária

«São dezenas de milhares de estudantes que estão luta, num quadro em que as políticas educativas levadas a cabo pelo Governo PS têm vindo a retirar direitos aos jovens portugueses, nomeadamente o direito à educação para todos», comenta o Secretariado da Coordenadora Nacional do Ensino Secundário da JCP, em nota à imprensa. Os jovens comunistas consideram que os cortes orçamentais agravarão a falta de condições materiais e humanas em muitas escolas e as condições de vida dos estudantes e das suas famílias. Expressando a sua solidariedade, a JCP apela aos estudantes para que «continuem a lutar contra estas medidas e por uma escola pública, gratuita e de qualidade para todos», pois a luta é «o único caminho para alcançarem os seus anseios e aspirações».

in Avante! nº 1721, 23 de Novembro.2006

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