Este Governo, iludindo as verdadeiras causas dos problemas, procura transferir para os estudantes responsabilidades ainda maiores no financiamento do sistema (aumentando brutalmente as propinas para 770 Euros), beneficiar e estimular o crescimento do ESup Privado, formalizar a ideia de cursos e escolas de primeira e segunda categoria, retirar os estudantes dos órgãos de gestão, diminuir a autonomia das instituições e substituir os insuficientes mecanismos de acção social escolar por empréstimos bancários numa lógica de endividamento dos estudantes.

A JCP considera que estas medidas só agravarão as dificuldades sentidas pelos jovens no acesso e na frequência do ESup. A transformação de um problema tão complexo e ao qual é necessário dar combate, como é o caso do insucesso escolar, numa fonte de receitas para o estado ( através da indexação das propinas ao aproveitamento escolar), são a prova da hipocrisia do Governo.

Neste quadro é de salientar que as Propinas e o seu aumento, representam um grave ataque ao direito à educação, afastam milhares de jovens do ensino superior, elitizam as Universidades e Politécnicos, concretizam a educação como um “luxo”, contrariando a Constituição da República Portuguesa.

A JCP, continuando a sua acção de consciencialização e mobilização dos estudantes contra estas medidas, como comprovam as 15.000 assinaturas recolhidas no mês de Março contra as propinas e o seu aumento, considera que só a luta dos estudantes poderá, não só travar este vergonhoso ataque à escola pública, como afirmar a necessidade mais do que urgente de um Ensino Público Gratuito e de Qualidade.

A Comissão Politica da Direcção Nacional da JCP