Neste início de ano lectivo do Ensino Superior confirmam-se as repercussões da actual política de direita que a Juventude Comunista Portuguesa há muito vem anunciando. O menor número de colocados neste grau de ensino, em tudo se relaciona com a política que tem sido imposta ao país, o aumento do custo de vida, a estagnação dos salários, a precariedade, o imenso e irresponsável desinvestimento no Ensino Superior e os cortes na Acção social Escolar. O facto é que o menor número de colocados clarifica que são menos os candidatos, transmitindo claramente que a elitização do ensino encontra-se invariavelmente ligada à perversidade com que os sucessivos governos têm tratado o Ensino Superior, onde milhares de estudantes nem sequer se candidatam porque sabem à partida que não terão condições económicas para frequentar o Ensino Superior. Sabem-no porque as suas famílias vivem com cada vez mais dificuldades; sabem-no porque de ano para ano aumentam as propinas e a acção social é reduzida; sabem-no porque tudo isto é agravado com o Pacto de agressão assinado entre o PS, PSD e CDS e a Troika.

Não cumprindo e cada vez atacando mais a Constituição da República Portuguesa, ignorando o direito à educação pública, gratuita, democrática e de qualidade para todos, PS, PSD e CDS-PP assumem os estudantes como clientes, inserindo a lógica de lucro, barrando a entrada e frequência no ensino superior a quem à partida não possui condições económicas. Com um novo corte de 12% no financiamento do Ensino Superior e cortes na Acção Social Escolar estimados em 8.5%, aprofundar-se-á ainda mais esta injusta realidade.

A Juventude Comunista Portuguesa continuará sempre a defender o Ensino a que os estudantes portugueses têm direito, onde o numerus clausus, as propinas, as bolsas de estudo desligadas da realidade económica dos estudantes, entre os outros factores que barram o acesso democrático ao ensino superior, não podem existir. Assim continuaremos a lutar ao lado dos Estudantes, reforçando que a situação actual do Ensino Superior não é uma inevitabilidade, é sim um produto de opções políticas.