Há
3 anos atrás o Governo da República Checa decidiu ilegalizar a União da
Juventude Comunista Checa (KSM). Apesar dos diferentes e inadmissíveis
(anti-democráticos) argumentos usados pelo Governo checo para cumprir
as suas intenções, a luta dos jovens checos e a solidariedade
internacional de dezenas de organizações democráticas, progressistas e
comunistas nomeadamente a Federação Mundial da Juventude Democrática,
travou sempre esta ofensiva.
Este processo conheceu novos
desenvolvimentos, quando a KSM foi intimada a comparecer em tribunal,
na passada quarta-feira, dia 19, apenas três dias antes do seu 8º
Congresso, sendo deliberada a sentença final quanto à sua ilegalização.
A ilegalização da KSM é muito mais do
que uma mera questão legal ou burocrática.
É um sinal claro que o Governo checo quer impedir os jovens de
conhecerem a alternativa que os comunistas têm para o seu país e o
mundo.
É uma demonstração de que todos os que, como a KSM, se organizem para
lutar contra os intentos da Direita checa serão perseguidos e será
posta em causa a sua liberdade de associação e de expressão.
É importante destacar que tudo isto se
passa dentro de um Estado membro da União Europeia, organização que,
nada faz para impedir esta violenta afronta democrática, e vai
sucessivamente dando sinais de promover e “acarinhar” este tipo de
iniciativas – ou não apoiasse os governos da Estónia, da Polónia, da
Hungria ou da Lituânia (entre outros) que criminalizam as forças
progressistas e comunistas e que promovem a extrema-direita, o racismo
e a xenofobia.
Ao contrário do que se poderia pensar,
esta é uma situação que não está desligada do que se passa em Portugal.
No nosso país, os jovens comunistas são identificados pela polícia pelo
direito histórico e constitucionalmente consagrado de pintar murais, os
estudantes vêm as suas associações de estudantes submetidas aos
desígnios dos Conselhos Directivos e as suas manifestações intimidadas
(e por vezes mesmo reprimidas) pelas forças da autoridade, os
trabalhadores são intimidados pelos patrões para não se sindicalizarem
e para não lutarem pelos seus legítimos direitos. Criminaliza-se quem
Luta por direitos.
Perante isto, o PS e o Governo fingem
nada se passar e continuam a dizer que Portugal é um país profundamente
democrático, querendo fazer os jovens esquecer a privatização da
Educação, a destruição das formas de Associativismo, a precariedade, o
desemprego e os baixos salários, por que são responsáveis com a sua
política de Direita, praticada em aliança (nos assuntos fundamentais)
com o PSD e o PP.
Note-se que o PS inviabilizou uma proposta de resolução proposta do PCP na Assembleia da República contra a ilegalização da KSM.
A JCP reafirma a sua solidariedade para
com a KSM, e o seu compromisso na denúncia desta situação, como
aconteceu no passado dia 19 de Março (quarta-feira), numa acção de
solidariedade, em Lisboa.
A JCP apela à luta dos jovens
portugueses, na escola ou no local de trabalho, reafirmando que a
melhor forma de garantir o cumprimento dos nossos direitos é o seu
exercício, e reafirmando que só a luta organizada é o caminho no
combate a estas políticas.
“Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei,
Porque não era comigo.(…)
Agora levaram-me a mim,
E quando percebi,
Já era tarde.”
Bertold Brecht
|