Sublinhamos o que é repetido também por reitores, é gritante o número de estudantes que desistem do Ensino Superior, um direito consagrado na Constituição da República Portuguesa, cujo acesso deve ser universal, considerando, contudo, que a resposta deve ser do Governo, que precisa de ser responsabilizado pelo financiamento efectivo das instituições e da Acção Social Escolar. 

 

Mas nestas notícias deixa-se escapar a informação que durante muito tempo foi contrariada, as propinas para mais nada servem a não ser para elitizar o ensino e para responsabilizar as famílias e jovens portuguesas pelo acesso à educação, permitindo que os governos de socapa cortem e recortem o financiamento de algo que lhes compete, sendo esta falta de financiamento substituída pelo dinheiro dos jovens e famílias. Voltamos a reafirmar que a justiça social não se faz desta forma, e como se vê, não se fez pela criação da propina, esta é feita nas opções políticas e nos impostos.

 

Repudiamos este tipo de fundos, que por um lado são coniventes com o estrangulamento financeiro que as instituições e os estudantes sofrem, desresponsabilizando o Estado, e por outro fingem apresentar uma solução que não soluciona nada, pois as dificuldades de acesso e frequência não se resolvem com migalhas. A Juventude Comunista Portuguesa reafirma a necessidade de lutar por um acesso digno ao ensino superior , livre de barreiras económicas, realmente financiado pelo Estado, apelando à unidade dos estudantes do ensino superior no combate a estas políticas de destruição da educação, exigindo o ensino superior público, gratuito e democrático a que temos direito. 

Secretariado da Direcção Central do Ensino Superior da Juventude Comunista Portuguesa