com a luta da juventude, nem bases, nem blocos politicos militares!
Declaração Final do Seminário Internacional da FMJD
31-Mai-2010

A NATO é uma aliança militar agressiva. Formada por 28 países da Europa e da América do Norte, constitui uma extensão do poder militar dos EUA e actua em função dos seus interesses. A sua formação, em 1949, pouco após o fim da Segunda Guerra Mundial e seis anos antes do Pacto de Varsóvia, marcou o objectivo de contrariar a influência do sistema socialista na Europa, tanto por meios militares como políticos, e estabilizar o poder dos países capitalistas na Europa Ocidental, para atacar os movimentos dos povos que cresciam rapidamente.

A história da NATO confunde-se com a história da guerra e do imperialismo norte-americano, e é também parte da história de Portugal, com início nos negros tempos do fascismo.

Hoje, o alargamento a leste é anunciado como um sinal de aproximação ao ocidente e de modernização das antigas repúblicas Socialistas. A adesão a esta organização em 1999 da Hungria, Polónia e República Checa, e em 2004 da Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia, Eslováquia e Eslovénia acontece quase em paralelo com o processo de integração europeia.

Mas um olhar sério sobre a acção da NATO desde a sua fundação, e especialmente nos últimos anos revela muito da sua natureza agressiva e intervencionista. Nos cenários de guerra e conflito a NATO desempenha um papel de liderança na militarização das relações internacionais e é a principal força dirigente de conflitos e intervenções, algo provado hoje pelos casos da guerra na ex-Jugoslávia, no Kosovo, no Afeganistão.

O braço armado do imperialismo teve sempre como objectivo executar uma política ofensiva e nunca defensiva. Na cimeira de Riga, em 2006, acentuou-se a sua natureza de organização global de carácter ofensivo; e na Cimeira de Bucareste de 2008, concretizou-se a sua expansão nos Balcãs e a linha estratégica de futura inclusão da Ucrânia e Geórgia nos planos de dominação do Cáucaso e mar Negro. Os continentes africano e asiático não foram esquecidos na sedenta procura de influência, e onde conta com um vasto conjunto de acordos de «parceria».

Durante a Guerra Fria, a NATO foi um instrumento militar do imperialismo que conduziu uma ameaça permanente aos povos que construíam o socialismo nos seus países. Com o desaparecimento da URSS surgiu uma “nova ordem mundial”, com mais espaço de acção para o imperialismo. Explorando esta situação, as potências da NATO fomentaram a proliferação de guerras e conflitos por todo o planeta, e adoptaram conceitos e princípios da guerra norte-americana nas respectivas doutrinas de segurança nacional e europeia. Mas a segurança do imperialismo e seus aliados é garantida pela insegurança, perigo e exploração dos países em desenvolvimento. A aposta de reforço dos orçamentos militares dos EUA e dos principais aliados da NATO revela a hegemonia destes no plano militar e económica.

A União Europeia tornou-se o pilar europeu da NATO. Com o pretexto de reforçar a sua “capacidade de defesa e segurança”, o Tratado de Lisboa veio acentuar o empenhamento dos países europeus nas estruturas políticas e militares da NATO. Concertadamente com os EUA, a União Europeia tem prestado crescente apoio às acções da Aliança. Apesar das rivalidades entre EUA e UE ambos são contra os direitos sociais e democráticos dos povos. Por isso, a luta contra o euro-federalismo e pela soberania nacional acompanha as lutas contra o imperialismo da NATO e o imperialismo em geral.

A natureza, objectivos, métodos e evolução da NATO comprovam o seu carácter de «polícia de choque» do imperialismo. Passados 60 anos da sua criação, é mais importante do que nunca exigir a dissolução desta organização agressiva, enquanto garantia do direito de cada povo poder decidir se quer ou não pertencer a esta aliança. Em paralelo, é fundamental intensificar a luta pela paz, contra o alargamento e criação de bases militares da NATO, de que é exemplo a grande campanha “Paz sim, NATO não!”, enquadrada na realização da Cimeira da NATO em Portugal, a realizar em Novembro próximo, que envolve largas dezenas de organizações com o objectivo de mobilizar os dezenas de organizações para a mobilização do povo português na luta pela solidariedade e cooperação entre os povos e a campanha internacional da FMJD “Contras bases militares imperialistas e os exércitos de ocupação, a luta é o caminho para a vitória!”

A situação internacional caracteriza-se pela “possibilidade de rápidos e imprevistos desenvolvimentos, em que grandes perigos para a paz, a liberdade e a soberania dos povos coexistem com reais potencialidades de desenvolvimento progressista e mesmo revolucionário”.

Em condições caracterizadas pela cada vez mais profunda crise do capitalismo, mais exploração dos povos e trabalhadores, contradições inter-imperialistas, o imperialismo está a usa novas medidas contra os interesses dos povos e intervenções militares para tirar partido para si e promover os seus interesses de classe.

Mas os trabalhadores e outras camadas da população alvo da opressão imperialista não abandonaram a aspiração de se libertarem da exploração, da guerra e das injustiças, e construírem uma sociedade mais justa e fraterna. A denúncia dos objectivos e do papel da NATO é uma tarefa dos jovens do nosso tempo, nas quais a FMJD se tem empenhado.A realização do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes na África do Sul em Dezembro é uma importante expressão da luta contra a NATO e contra o imperialismo levada a cabo pela juventude do mundo. Confiantes, continuamos a luta, seguros que derrotaremos o imperialismo.

Lisboa, 21 de Maio de 2010

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