Os centros capitalistas concentram cada vez mais o consumo de bens, matérias primas e recursos energéticos, exigindo o acesso a novo mercados e o seu domínio. O acesso aos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural...), base energética do sistema capitalista, é vital para o sistema, e tem sido alvo de concertação por parte do capitalismo. Mas a crise energética actual, os diferentes níveis de desenvolvimento, a lógica de concorrência e concentração de poder do sistema capitalista, provocam conflitos e encerram contradições, nomeadamente entre a “tríade” imperialista (EUA, UE e Japão), representando grandes perigos para a humanidade, como já se verificou na história. As criminosas e ilegais intervenções e ocupações militares do imperialismo nos Balcãs, Afeganistão e Iraque procuram garantir o acesso aos recursos energéticos, visam influenciar e dominar política, económica e estrategicamente os países e as regiões. A resposta neoliberal à crise mercantiliza todas as esferas da vida social, aumentando as desigualdades e a pobreza.
Todos os ataques a países soberanos por parte dos EUA e da NATO tiveram como objectivos apoderarem-se dos seus recursos naturais e energéticos (petróleo, água, gás natural), consolidar e alargar a sua influência em zonas de enorme importância estratégica (no Médio Oriente e na Europa de Leste, por exemplo), apertando o cerco à Rússia e à China com a instalação de bases militares nessas áreas.
A Região do Médio Oriente tem sido marcada, nas últimas décadas, por conflitos devastadores. Assistimos, sobretudo nos últimos anos a uma ofensiva sem precedentes por parte das forças imperialistas contra os povos destes países.
São vários os pretextos de ataque, mas existe apenas uma razão para as constantes incursões na zona: a sua posição geo-estratégica favorável e as vantagens energéticas que daí advêm.
É urgente desmascarar esses pretextos cuja força de ilusão leva à aparente legitimação dos ataques. A Palestina tem sido profundamente devastada pela ocupação que dura desde há décadas. Na verdade, é o estado Palestiniano aquele que se vê diariamente impedido de se afirmar como nação independente. No Afeganistão, a ocupação militar, a pretexto da ameaça terrorista, colocou os EUA e a NATO numa posição estratégica tendo vindo a ser cometidos uma série de crimes, desde os bombardeamentos em zonas civis às torturas hediondas dos presos políticos.
Novamente, sob o argumento do combate ao terrorismo, o imperialismo prossegue as suas constantes violações dos direitos humanos. Exemplo disso, são os actos de tortura praticados pela CIA (Agência Central de Inteligência norte-americana), autorizados pelo Governo dos EUA, alegadamente contra terroristas em prisões clandestinas, espalhadas por todo o mundo, do Afeganistão a países da União Europeia.
Do mesmo modo, no Iraque, onde ainda não foi encontrada nenhuma das supostamente existentes armas de destruição maciça, continua a guerra, sendo este um dos países de maior potencial a nível de geração de fontes de energia.
Não é difícil compreender que os ataques a estes povos se baseiam no desejo de incremento do poder capitalista, através de ocupações de cariz imperialista, onde a soberania dos povos é um direito cada vez mais violado. Perante esta situação, urge defender as liberdades destes povos e lutar para que se desmistifiquem os conflitos da área, apontando os EUA e os seus aliados como causadores de uma devastação decorrente do desejo imperialista de controlar os países de maior potencial energético.
Exigimos a redução dos orçamentos militares, o fim dos blocos militares e o encerramento de todas as bases militares estrangeiras, defendendo o desarmamento nuclear em todo o mundo e a eliminação definitiva de armas nucleares, químicas e biológicas.
A actuação dos governos portugueses tem atentado contra o que está consagrado na Constituição da República Portuguesa (CRP), que preconiza a dissolução dos blocos político-militares. O envolvimento de Portugal na estratégia agressiva do imperialismo está bem patente com o destacamento de militares portugueses no estrangeiro ao serviço da NATO, como no caso do envio de tropas para o Afeganistão. Este envolvimento teve um novo impulso com o envio do contingente da GNR para o Iraque. Com esta postura os Governos de Portugal (PSD/CDS-PP e PS) confirmam a vergonhosa submissão aos interesses do imperialismo norte-americano. Sublinhando o carácter ilegal, injusto e desumano da Guerra do Iraque, a JCP exige a retirada das tropas invasoras do Iraque, o regresso imediato da força da GNR a Portugal. A JCP exige a dissolução da NATO.