A Juventude Comunista Portuguesa participou numa Brigada de Solidariedade ao Sahara Ocidental da Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD), de 4 a 11 de Dezembro.

Nesta brigada de solidariedade acolhida pela UJSARIO, organização de juventude da Frente Polisario, participaram além da JCP, a UJCE de Espanha, a EDON do Chipre, assim como o Presidente da FMJD.

Foi possível ao longo destes dias reunir com diversas organizações e personalidades da República Árabe Democrática do Sahara Ocidental (RASD), como a União Nacional de Mulheres Saharauis, o Presidente do Parlamento saharaui e o próprio Presidente da RASD.

Pudemos conhecer mais profundamente a realidade vivida por este corajoso povo, divido há 37 anos entre o seu território ocupado pelo Reino de Marrocos e os campos refugiados no deserto, separados pela ocupação e pela existência de um muro da vergonha, vigiado por mais de 140000 soldados marroquinos.

Tivemos a oportunidade de conhecer o sistema político e social da RASD, a prática diária da sua luta em condições de vida para além da dignidade humana e bem abaixo do limiar da pobreza, vivendo quase exclusivamente da ajuda humanitária internacional, conhecendo também o papel determinante que as mulheres e jovens saharauis desempenham naquela sociedade.

As dificuldades vividas pelo povo saharaui não desanimam a sua luta pelo direito à sua auto-determinação e a edificação do seu Estado soberano, direito aliás reconhecido à luz do direito internacional e da própria ONU.

A ocupação marroquina além de ilegítima, tem-se caracterizado pela repressão e tortura do povo saharaui, mas também pela repressão de todos aqueles que estão solidários com a causa daquele povo. Acerca de um ano atrás, o então Presidente da FMJD, Tiago Vieira, membro do Comité Central do PCP e do Secretariado e da Comissão Política da Direcção Nacional da JCP, foi detido e repatriado, sem qualquer explicação quando tentava visitar os territórios ocupados por Marrocos. Este exemplo é ilustrativo do carácter desumano do Reino marroquino, perpetuando a exploração na última colónia de África. Esta é a face do imperialismo a nível internacional, que diariamente explora os recursos naturais saharauis, sem que por isso haja quaisquer represálias quer por parte da União Europeia, quer por parte do Estado Português nas suas relações com Marrocos.

Assim, a JCP  e a FMJD reafirmaram  a sua inquebrável e determinada solidariedade para com o povo saharaui.

Exigimos que o Estado Português tome uma posição clara de defesa do estabelecimento da RASD, à luz do direito internacional e cumprindo a Constituição da República Portuguesa.

Pela parte da JCP declaramos o nosso compromisso de continuar a denunciar a criminosa ocupação marroquina, junto da juventude portuguesa, para engrossar o grande movimento de solidariedade para com o povo saharaui, prosseguindo a nossa própria luta pelos direitos da juventude portuguesa, como contributo para a luta mais geral da juventude por todo o mundo, certos que o Sahara vencerá!

Secretariado da Direcção Nacional da Juventude Comunista Portuguesa