Estiveram presentes mais de 30 estudantes repúblicos que denunciaram os vários problemas que têm devido a esta injusta lei que promove o despejo e desrespeita o direito há habitação constitucionalmente garantido. As Repúblicas são património colectivo da cidade de Coimbra, tal como têm um profundo papel social, pois são casas que devido a (antes da aprovação da lei) terem rendas baixas e serem apoiadas pelos SASUC (Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra) permitem que muitos estudantes universitários consigam um quarto numa cidade em que a especulação imobiliária atinge máximos inconcebíveis e até mesmo imorais.

Com esta lei os senhorios ficam com o poder de aumentar a renda até onde quiserem desde que respeitem o mínimo de 1/15 da valor imobiliário do imóvel, o que significa em muitos casos um aumento de 500% das rendas. Estas casas encontram-se em estado degradante e em condições insalubres cujas benfeitorias necessárias sempre foram realizadas pelos próprios repúblicos nas suas várias gerações, já que muitas das vezes o senhorio nunca terá entrado dentro destas casas que muitas já contam com mais de 25 anos de história e convivência colectiva. Os problemas de acção social escolar também foram discutidos pois, o direito a uma habitação digna e de qualidade também é uma das áreas em que a acção social escolar deverá actuar no caso de desigualdades económicas.

Deste modo, os armazéns dos SASUC que antes eram repletos de alimentos de qualidade agora estão repletos de corredores e prateleiras vazias sendo que o que ainda resta não chega nem tem qualidade. Exemplos são vários, desde o leite que é racionado em um pacote por semana por cada duas pessoas, de o peixe só existir muito esporadicamente e quando existe, as verduras estão muitas vezes murchas ou podres, a carne disponível tem sido irreversivelmente porco e mais porco, etc. Estes e outros problemas são consequência do sub-financiamento na educação e em especial no ensino superior por parte dos sucessivos governos PS/PSD/CDS que tem um único propósito que, à custa da vida e do sacrifício de muitos estudantes e das suas famílias têm beneficiado uma mão cheia de grandes grupos económicos.

A lei do arrendamento urbano é assim mais um instrumento usado por estes partidos para beneficiarem quem mais tem à custa de quem nada têm. No final da noite destaca-se, que a necessidade de lutar é importante para que se mantenham a vivas estas casas de tradição académica, é urgente que esta luta se mantenha contínua e consequente e cada vez mais massificada de maneira a que os direitos que são consagrados na Constituição da República Portuguesa sejam realmente respeitados.

Outra conclusão retirada foi que o voto na CDU é um voto que luta pela Constituição, é um voto pelo direito há habitação, é um voto pela Educação Pública, é um voto pela manutenção das Repúblicas de Coimbra, e mais, é um voto pelo derrube das políticas de direita e pela concretização de uma alternativa política patriótica e de esquerda que lute por todo o povo português.