Encontro Nacional de Jovens Trabalhadores da JCP
Intervenção sobre o Movimento Sindical Unitário/26 de Março
25-Fev-2010

Camaradas,

Já aqui foi colocada a situação política e social em que os jovens trabalhadores se encontram, numa ofensiva de retirada de direitos duramente conquistados, que não está desligada de um velho objectivo do grande capital, que é a divisão e destruição do Movimento Sindical Unitário com a grandiosa Central de classe a CGTP-IN e os seus sindicatos.

É neste quadro de agravamento da exploração, que os últimos anos se caracterizam por uma grande determinação na luta da classe operária e dos trabalhadores, onde milhares são jovens.

Luta essa onde a CGTP-IN assumiu uma intervenção notável na sua dinamização, alargando o seu prestígio e pondo em prática as orientações do seu XI Congresso. No que diz respeito à organização juvenil da CGTP-IN, a INTERJOVEM, que realizou a sua 6º Conferencia em Janeiro de 2009, também é notável o prestígio e reforço junto dos jovens trabalhadores.

Camaradas,
Por vezes somos confrontados com expressões do tipo, “por que é que eu vou lutar? Eles fazem o que querem? Tanta luta e estamos cada vez pior? E muitos outros exemplos que vocês conhecem….

Há coisas que nós não podemos prever ou até saber como é que era se fosse de outra forma, mas o que é certo é que a tese que por vezes utilizamos e o Secretario Geral do nosso Partido utiliza também muitas vezes é verdadeira, “QUEM LUTA NEM SEMPRE GANHA, MAS QUEM NÃO LUTA PERDE SEMPRE”.

Deixar aqui para a nossa reflexão: se não fosse a luta dos trabalhadores com o destacado papel do Partido e da INTERSINDICAL ainda no tempo do fascismo teríamos tido a revolução do 25 de Abril de 74? E o legado de direitos que hoje temos? Eu acho que não. Mas agora mais recente e no plano geral tínhamos tido o aumento do SMN que tanta falta faz ao um jovem trabalhador, se não fosse as manifestações nacionais de 12 de Outubro de 2006 a Greve Geral de 30 de Maio de 2007, as comemorações do 1.º de Maio e nas grandiosas manifestações nacionais, 2 de Março e 18 de Outubro de 2007 e 5 de Junho de 2008, o 13 de Março de 2009 e muitas outras lutas sectoriais que trouxeram ganhos para os trabalhadores? Se não fosse esta determinação na luta bem podem crer que estávamos muito piores.
 
Camaradas,
Destacar aqui o forte contributo que os jovens trabalhadores têm vindo a dar na luta mais geral e em particular às suas manifestações nacionais, com papel destacado da INTERJOVEM, como por exemplo o 28 de Março, que tem contribuindo para que a sua situação laboral não se degrade mais do que o que está, tudo o que hoje são tentativas como por exemplo os bancos de horas e os contratos intermitente já estariam implementadas e com fortes prejuízos para a vida da juventude e do País.

Camaradas,
A par desta grandiosa luta desenvolvida mas mais para a que se vai desenvolver, não podemos desligar o reforço quer da nossa organização JCP e PCP, bem como do MSU com a sindicalização em primeiro lugar dos nossos colegas de trabalho dos nossos amigos. A sindicalização para o MSU é como um recrutamento para a JCP e para o Partido, pois o MSU sobrevive e desenvolve a sua luta só com a cotização dos trabalhadores que é em todos os sindicatos 1%.

Mas no campo da sindicalização também somos confrontados com expressões do tipo “o sindicato não faz nada? Não vai à empresa onde trabalho? Já tenho um salário tão baixo não vou descontar 1% até porque me faz falta, e já no campo do anti-comunismo os sindicatos é só comunistas” entre muitas outras expressões que vocês conhecem.

Esta ultima expressão que utilizei não está desligada da intensa campanha contra os trabalhadores e o movimento sindical unitário. As tentativas de limitação da acção e a organização sindicais nos locais de trabalho, dos direitos trabalhadores, do direito à greve e a liquidação da contratação colectiva, são peças de um ataque mais profundo.

O combate a este ataque deve ser firme, e só o ganhamos com a sindicalização que reforce a organização e intensifique a acção reivindicativa, não permitindo que o inimigo nos distraia, mas combatendo-o onde mais lhe dói, nas empresas e locais de trabalho.




Camaradas,
A argumentação do 1% ser muito dinheiro e fazer falta, este aspecto não pode ser descurado, é verdade que pode fazer diferença num orçamento familiar, mas temos que ganhar os trabalhadores com o argumento base que é.

O 1% pode significar muitos % salariais para o trabalhador, porque reforça o poder reivindicativo do sindicato, serve como solidariedade para os restantes trabalhadores e as suas lutas etc…

A argumentação do que o sindicato não faz nada, não vai ao meu local de trabalho, esta ainda é mais fácil é dizer que o sindicato são todos os trabalhadores que dele são sócios, e só alteramos o funcionamento se interviermos no sindicato, etc….

Mas por vezes o que é simples para nós demora meses de trabalho e insistência para termos uma sindicalização, demora mais ainda para termos o delegado sindical esta batalha não é fácil mas é indispensável.
 
Camaradas,
A gloriosa CGTP-IN vai comemorar os seus 40 anos no próximo dia 1 de Outubro, ligado a isto importa valorizar o papel dos comunistas neste MSU, e que passo a citar a passagem que o camarada Álvaro Cunhal fez "Em Outubro de 1985 quando a CGTP-IN assinalava o seu 25.º aniversário – «CGTP-IN – 25 anos com os trabalhadores: Raízes, Percurso, Actualidade» – o camarada Álvaro Cunhal afirmou:
 «A influência dos comunistas no movimento sindical não resulta de qualquer imposição ou ingerência partidária. Resulta em termos históricos, do papel que os comunistas tiveram na organização e dinamização da luta dos trabalhadores e nas organizações e luta de carácter sindical nas duras condições de repressão fascista durante dezenas de anos. Resulta do papel (que muitos esquecem e muitos outros muito voluntariamente omitem) dos comunistas (além de trabalhadores de outras tendências políticas, cujo papel sempre valorizamos e continuamos valorizando) na criação, dinâmica e actividade da CGTP-IN. Resulta (não de imposições externas e muito menos da vontade que alguém teria que intervenções de topo impedissem a expressão da vontade das bases) da confiança que os trabalhadores têm continuado a depositar em seus companheiros comunistas para as várias estruturas e responsabilidades nos sindicatos, nas Uniões e Federações, e na Central.» 

Camaradas,
Passado dos estes anos as palavras do camarada Álvaro ainda estão bem actualizadas. É com a confiança que os trabalhadores depositam em nós comunista que afirmamos todo fazer para que a luta continue, como factor da resolução dos problemas individual e colectivo dos trabalhadores.

Começamos o ano como terminamos, com a grande determinação de luta dos trabalhadores, luta essa que se tem desenvolvido em todos os sectores de actividade e regiões do país, alguns exemplo Grandes manifestações, Enfermeiros, Administração Pública, no plano das regiões, Porto, na 5feira passada Aveiro, hoje no Algarve, dia 25 em Lisboa, Évora Leira, mas Março também vai ser de luta, é já no dia 4 Greve da Administração Pública, dia 12 Greve dos sindicatos da FIEQUIMETAL e muita outras lutas que vão ter um ponto alto já daqui a pouco mais de um mês, é já no dia 26 de Março manifestação Nacional de jovens trabalhadores em Lisboa.

Camaradas

Cabe-nos a nós jovens comunistas mas em geral aos jovens trabalhadores participar de forma activa e assumir protagonismo nas diversas lutas, contribuindo assim para o engrossar o 26 Março e os exemplos que vem das lutas já realizados é uma grande disponibilidade de participação, bem como o empenho no esclarecimento e mobilização dos jovens trabalhadores.

Toda esta luta vai ter o seu grande momento de convergência que é no grandioso dia 1Maio que este ano comemora 120 anos, é certo que é um dia de festa pelas conquistas históricas que nos trouxe, mas mais que isso vai ser um grande dia de luta dos trabalhadores, para garantir e conquistar direitos.

Foi no contexto de dificuldades com que os jovens trabalhadores se confrontam que a INTERJOVEM/CGTP-IN decidiu e bem a marcação de um dia de luta que este ano o não sendo ao 28 de Março Dia Nacional Juventude, ele comporta o espírito que este dia representa para a juventude.

Mas é também nas dificuldades que se encontram muitas disponibilidades, é neste sentido que a INTERJOVEM tem contribuído para que este seja um grande dia de luta.

O Lema escolhido pela INTERJOVEM transporta um peso muito grande nas justas e oportunas reivindicações dos jovens trabalhadores, que por si só este dia de luta não pode ser encarado como mais uma manifestação, mas sim tem que ser encarado como uma grande manifestação da juventude trabalhadora, que luta e exige:

Geração com direitos! Garantia de futuro!
Lutamos pela estabilidade no emprego!
Horários e salários dignos! 

Camaradas
No plano do MSU o dia de luta está assumido, os sectores começam a discutir pré-aviso de greve e outras formas de participação dos jovens trabalhadores, a INTERJOVEM define com os sindicatos os locais de trabalho onde se vai intervir seja com plenários ou distribuições nos locais de trabalho.

Mas estes aspectos positivos não nos podem deixar ficar descansados, temos muito trabalho pela frente, a construção do 26 de Março começa em primeiro lugar com as dezenas de contactos que cada um de nós tem e importa desde já fazer a conversa para a disponibilidade de cada um neste dia.

Ganhar os nossos amigos para serem eles uma voz activa no esclarecimento e mobilização para a luta, se o 26 de Março depender de nós, podemos hoje afirmar que vai ser certamente uma grande manifestação de jovens trabalhadores.

VIVA A JCP!
VIVA A LUTA DOS JOVENS TRABALHADORES!