Num momento de grandes dificuldades, os estudantes portugueses vivem um Ensino Superior que é reflexo dos sucessivos cortes, como é exemplo os 320 milhões nos últimos 5 anos. Estas políticas de direita têm levado ao degradamento das escolas a vários níveis, desde da falta de materiais, impossibilitando o sucesso da aprendizagem.

Na  Escola Superior de Musica e Artes do Espectáculo, é clara a  falta de professores, funcionários e técnicos, que impedem que haja mais turmas, mais vagas, mais aprendizagem e sucesso no estudos,  esta realidade também se sentiu no processo das inscrições semestrais na Fbaup.

Além das dificuldades nas condições humanas e materiais,  a acção social também é insuficiente, as bolsas não chegam a todos os estudantes que necessitam, e muitas chegam tarde e más horas, porque o estudante já desistiu de estudar. 

Ainda no contexto da acção social, as cantinas e as residências são um alvo claro de desinvestimento. O preço cada vez aumenta mais e a qualidade da refeição diminuiu, para além dos poucos lugares e filas enormes, é esta a realidade das cantinas. As residências universitárias e politécnicas que só permitem casa para 1% da população estudantil e muitas delas sem o material necessário para dar uma vida digna, como é caso das residência existe no Campo Alegre que não tem fogões e outros equipamentos e aqueles que tem são insuficientes em tamanho e em quantidade.

 

A existência de propinas, as taxas e emolumentos e os custo de frequência de ensino, são mais um custo a que os estudantes são obrigados a pagar. Continuam a haver estudantes que não tem dinheiro para comprar os livros, fotocopias e outros materiais necessários para uma aprendizagem de sucesso, materiais estes que custam dezenas de dezenas de euros, como por exemplo na FAUP, os estudantes tem que pagar 75 euros por 3 canetas, ou na FLUP os estudantes tem que comprar livros que fazem parte da bibliografia obrigatória e  que muitas vezes não existem na biblioteca, ou  são insuficientes para todos os estudantes.

Cresce ainda a preocupação de muitos estudantes com o seu futuro, num país que nega a muitos a possibilidade de utilizarem a favor do desenvolvimento do seu país todo o seu esforço e o investimento do estado na sua formação, forçando-os a emigrar.

  

Assim, a DOESP saúda todos os estudantes que de Norte a Sul do país estiveram em luta nas suas escolas e nas ruas no grande Dia do Estudante – 24 de Março. Desta forma apelamos que os estudantes não se conformem e continuem a lutar de forma organizada e consequente nas escolas e na rua, construindo uma política que corresponda aos anseios da juventude.

É necessário romper estas políticas de direita para construir uma política alternativa de combate a alternância das políticas de direitas prácticadas ao longo destes 38 anos por os Governos PS, PSD e CDS. É necessário uma política  patriótica e de esquerda, assente na defesa e na valorização da escola a que temos direito: Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade para todos!

A Direcção Regional do Ensino Superior do Porto da JCP