nota de imprensa
Solidariedade para com o povo Sírio
30-Abr-2012
No dia 28 de Abril de 2012, na Sede nacional da Juventude Comunista, realizou-se uma conferência de imprensa conjunta entre a JCP e o CPPC (Conselho Português para a Paz e a Cooperação) com a presença de Tiago Vieira – dirigente da JCP – e Filipe Ferreira – dirigente do CPPC – ambos regressados de uma visita à Síria no dia 27. Esta visita, acolhida pela União Nacional de Estudantes Sírios, foi realizada no âmbito de uma missão de recolha de factos organizada pela Federação Mundial da Juventude Democrática e pelo Conselho Mundial da Paz com o objectivo conhecer melhor e mais de perto os desenvolvimentos recentes que têm tido lugar naquele país.

Ao longo destes dias, os 29 participantes de 24 países que integraram esta missão tiveram oportunidade de contactar com diferentes organizações da sociedade síria, visitar hospitais e universidades, ser recebidos por líderes religiosos e viajar por Damasco e Lathakia. Nestas actividades e no conjunto dos dias foi possível constatar a normalidade da vida na Síria, numa atmosfera pré-eleitoral (para as eleições de dia 07 de Maio) que decorre de forma natural, pacífica e tolerante, contrariando a ideia transmitida pela comunicação social internacional de que se viva neste momento um ambiente de conflito e perigo. De facto, durante os dias da visita, foram várias as ocasiões em que se noticiaram confrontos em Damasco, sem que no terreno houvesse qualquer vestígio de que isso estivesse efectivamente a passar-se. Dos factos recolhidos destacam-se: 
 
1) a oposição ser abertamente financiada por forças estrangeiras, provando que há uma ingerência externa na política Síria;
 
2) a existência de divisões na própria oposição ao Governo da Síria, já que uma parte dela – demarcando-se dos actos terroristas praticados por vários grupos dos ditos “rebeldes” – começou já um processo de diálogo com o Governo;
 
3) a realização nos últimos meses de profundas reformas nas leis e na constituição sírias, nomeadamente através de alterações e democratização das leis eleitoral e de manifestação, assim como o levantamento do Estado de Emergência (que ainda dura no Egipto); 
 
4) as repetidas perturbações de manifestações, quer contra, quer pró- Governo sírio, realizadas por grupos de mercenários que assassinam a sangue frio dezenas de pessoas (mulheres e crianças incluídos) para espalhar o caos e a desordem, bem como o medo junto da população;
 
5) desde o início dos protestos morreram já 6000 pessoas, entre os quais 2000 militares sírios;
 
6) o Governo sírio tem cumprido escrupulosamente o chamado “Plano Annan” e são os ditos “rebeldes” que não o têm cumprido, prosseguindo o assassínio de civis e a barricarem-se em Homs – estes são factos reconhecidos pela própria ONU em comunicações oficiais, assim como em declarações de alguns dos seus observadores já no terreno.
 
7) o Governo sírio decretou que todas verbas para efeitos de ajuda humanitária fossem entregues directamente à Cruz Vermelha, no entanto, e apesar do anúncio por parte de vários países europeus da doação de vários milhões de euros, até à data não chegou à Cruz Vermelha nem um euro.
 
8) por último, mas não menos importante, a má fé dos Estados Unidos da América e da União Europeia no processo de diálogo internacional fica clara quando, apesar de todos os factos acima referidos (particularmente o 6 e o 7), na semana passada, ambos decidiram impor mais um pacote de sanções à Síria – pela 17ª vez em menos de um ano – contribuindo para agravar a situação de vida do povo sírio, que vê alguns produtos de primeira necessidade aumentar até ao dobro o seu preço. 
 
 
Estes elementos sublinham a ideia que a atenção sobre a Síria reflecte, sobretudo, a procura por parte do imperialismo de legitimar, com mentiras e distorções, uma intervenção externa. Esta é uma fórmula já usada na Jugoslávia, Afeganistão, Iraque e Líbia, sendo para todos hoje claro que foram agressões produzidas sob falsos pretextos e que redundaram apenas na morte de milhares de pessoas e destruição de estados outrora soberanos. A JCP condena a ingerência externa nos assuntos da Síria defendendo que, neste como em qualquer caso, cabe a cada povo a luta pela resolução dos seus problemas e a transformação do seu país. Neste quadro, condenamos ainda a postura de submissão do Governo português que alinha pela linha do imperialismo, promovendo novamente a guerra e o desrespeito pela Constituição da República Portuguesa e pelo Direito Internacional. Reafirmamos a nossa solidariedade para com o povo Sírio e a sua luta por uma Síria soberana, livre, de paz e de justiça social.
 
O Secretariado da Direcção Nacional da JCP 
versão para impressão
 
Juventude Comunista Portuguesa 2010-2014
Ens. Profissional
ensinoprofissional_destaque2014-01.png

Ens. Secundário

especial_13enes.jpg

Ens. Superior
Campanha de início do ano lectivo
Juventude Trabalhadora

encontrojt_130x180px.jpg