No final de Junho, um clima de ansiedade paira no ambiente das escolas. Uma ansiedade justificada por algo que impede todos os anos centenas de estudantes de chegar ao Ensino Superior - os exames nacionais.
Estes exames, que destroem completamente o esforço dos estudantes e professores para uma avaliação contínua, que transformam os estudantes em máquinas de decorar e reproduzir aulas e livros, que impede muitos estudantes de seguirem as suas aspirações e o curso que desejam. Para legitimar os exames, usam o pretexto hipócrita de ser uma forma de igualar o ensino mas, no entanto, estes criam uma desigualdade ainda maior. Um estudante de uma turma de 30 alunos, numa escola com poucas condições, sem dinheiro para o material, não terá a mesma oportunidade de ter sucesso no exame que um aluno que tenha acesso a material apropriado, condições económicas favoráveis e explicações privadas. Não é justo que sejam duas horas de um exame que venha pôr em causa anos de trabalho desenvolvido pelos alunos, desvirtuando o princípio da avaliação contínua. É importante não esquecer que a obrigatoriedade da realização dos exames na 1º fase e o aumento dos conteúdos programáticos, vêm ainda dificultar mais a vida dos estudantes. Também os estudantes das vias profissionais encontram-se em clara desvantagem, pois a matéria dos exames muitas vezes não corresponde sequer ao programa dado nestes cursos, ou é dada de forma mais limitada, partindo do pressuposto que os estudantes desta via estão arredados à partida de ingressar no Ensino Superior.
Por isto, a JCP marca uma posição contra os exames nacionais, contra a avaliação por momentos pontuais e a favor de uma verdadeira avaliação contínua. A campanha da JCP contra os exames nacionais envolve todos os anos inúmeros estudantes, com uma intervenção constante em várias escolas do país, através de documentos, faixas, e outros elementos, que reafirmam a luta por uma avaliação justa e contínua, por um ensino realmente igualitário, pela universalização do acesso ao Ensino Superior.
A JCP, defendendo o princípio de uma Educação Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade, de acesso a todos os jovens, livre de exames nacionais que nos condicionam e destroem a Escola de Abril, estará sempre com a luta dos estudantes do Ensino Básico e Secundário, pela avaliação contínua, pelo justo acesso ao Ensino Superior, com o fim progressivo das suas restrições, nomeadamente com a abertura de vagas e com o fim imediato dos exames nacionais. Por uma avaliação realmente justa, que tenha em conta as realidades diferentes de cada estudante, a sua evolução e o empenho de cada um.
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