A Juventude Comunista Portuguesa saúda a luta dos Estudantes do Ensino Superior que tem tido diversas expressões e formas um pouco por todo o país e em várias instituições.

Sejam as acções desenvolvidas no âmbito das Quintas-Feiras Negras pelo Ensino Superior, seja no passado dia 17 de Outubro com a concentração de estudantes de Lisboa frente ao Ministério da Educação e Ciência, bem como as acções mais concretas, como a resistência demonstrada pelos estudantes do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, através de uma acção com a entrega de uma carta aberta contra a taxa de inscrição e a limitação de exames de recurso (quatro por ano lectivo), ou como as acções na Faculdade de Letras e de Direito da Universidade de Coimbra por problemas específicos dos estudantes.

Estas e outras acções que se têm desenvolvido são demonstrativas da vontade dos estudantes e do movimento estudantil de travar o rumo de ataque à escola pública, exigindo mais financiamento para as universidades. Prevendo-se um corte de 15 milhões no financiamento ao ensino universitário e 20 milhões para o politécnico, a juntar aos 700 milhões de euros cortados desde 2010, degrada-se a qualidade de ensino e promove-se a asfixia financeira das instituições. Estratégia que procura transferir a obrigação do Estado no financiamento das mesmas para os estudantes e as respetivas famílias, que hoje chegam a pagar 1066 euros de propinas de Licenciatura.

O subfinanciamento tem trazido consequências nefastas para o Ensino Superior: há falta de funcionários e professores, espaços de estudo insuficientes, salas de aula sobrelotadas e instalações com falta de condições. Isto leva a que as instituições recorram cada vez mais à privatização de serviços, tornando-os mais caros e inacessíveis a vários alunos.

A Acção Social Escolar tem cada vez menor expressão. O ano passado fechou-se uma cantina da Universidade de Lisboa e na Universidade de Coimbra e este ano já há residências e a fechar, assim como Repúblicas em Coimbra. Desta forma, milhares de estudantes deixam o Ensino Superior, enquanto outros recorrem a avultados empréstimos. Esta é uma consequência da política dos sucessivos Governos (PS/PSD/CDS) e da actuação da troika em Portugal, que têm conduzido ao crescimento do abandono escolar e à elitização do ensino. Dado gritante deste facto é o caso de no ano letivo 2012/13 para o de 1023/14 registar-se uma diminuição de cerca de 8000 candidaturas ao Ensino Superior, o que espelha a elitização do mesmo.

É com a luta que os estudantes podem alcançar vitórias e defender o direito a estudar com condições e dignidade. É vital o fortalecimento da organização dos estudantes, o alargamento e massificação da luta, assim como a sua convergência para que se acabe com esta política e com este Governo que diariamente ataca o ensino público e os estudantes.

A JCP está solidária com a luta dos estudantes reafirmando a necessidade da sua intensificação em cada escola e em todo o país, pela defesa do Ensino Superior público, gratuito, de qualidade, democrático e para todos.