AGIT | Editorial

Somos Abril!

Comemoramos a Revolução de Abril, momento marcante da nossa vida colectiva, realização maior  do povo português na conquista da Liberdade, da paz e dos direitos.

Celebrar e afirmar Abril é lembrar todos aqueles que resistiram e lutaram pela sua concretização, que viveram a tortura, a morte, a guerra promovida pelo regime fascista que vigorava em Portugal.

É afirmar que o povo, nas mais duras condições de fome e miséria, nunca desistiu de lutar pela melhoria das condições de vida, alcançado vitórias, como é exemplo a conquista das 8 horas de trabalho nos campos do Sul em 1962.E é lembrar que sempre houve uma força que esteve ao seu lado, o Partido Comunista Português.

É afirmar  as conquistas alcançadas como o Serviço Nacional de Saúde, o direito a licença de maternidade, o direito à educação, o direito ao trabalho, à reforma, a liberdade de reunião e de associação entre outras que mostram bem a riqueza e transformações que Abril nos trouxe.

Para milhares de jovens Abril significou o fim da guerra colonial, o acesso aos mais elevados graus de ensino, a perspectiva de um futuro melhor!

Como Álvaro Cunhal afirmou, “Abril foi uma Revolução Libertadora”.

É afirmar e defender a Constituição da República Portuguesa que consagrou estes e outros direitos aos portugueses e que hoje, apesar de sucessivas revisões para a descaracterizar, continua a ser marca do progresso e justiça social que Abril nos trouxe. Como está expresso no preâmbulo da Constituição “A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.”

É com base nestes direitos e transformações que a Revolução nos trouxe que continuamos a lutar contra a política de direita que tem tentado atacar o que Abril conquistou numa clara afronta com os seus valores que a Constituição consagra.

Por isso é importantíssimo comemorar a Revolução de Abril, a 25 de Abril, mesmo que não da forma que normalmente se assinala com milhares de pessoas nas ruas, mas com todos os portugueses dia 25, ás 15horas, a cantar a “Grândola, Vila Morena” e o Hino Nacional da janela da sua casa ou onde estiverem.

Enfrentamos tempos de complexidade e incerteza. Uma situação marcada pelos desenvolvimentos e  e consequências directas do surto epidemiológico da Covid-19, das medidas para a sua mitigação e do aproveitamento que é feito pelo capital para o agravamento da exploração dos trabalhadores.

São muitos os trabalhadores a serem despedidos, a serem colocados em lay off, a verem os seus salários reduzidos, a terem férias forçadas.

Os estudantes vêm a sua vida na incerteza e na insistência nos exames nacionais de acesso ao ensino superior e no pagamento de propinas. Acentuam-se as desigualdades sociais.   

Nestas condições, o 1º Maio será uma importante jornada de luta, pois a CGTP-IN convocou os trabalhadores a assinalar o seu dia em iniciativas de reivindicação e luta na rua, assegurando as normas de segurança colocadas pelas autoridades de saúde.

Os direitos não estão de quarentena.

A luta continua!

AVANÇAMOS COM A FORÇA DA JUVENTUDE!

Falar nos 40 anos da JCP traduz, sobretudo, um corajoso compromisso com o futuro de organizar e assumir em toda plenitude o papel de vanguarda da juventude portuguesa