Acção Social, não existe em Portugal

O início de ano lectivo está aí à porta, e são muitos os estudantes que se candidataram para o Ensino Superior. A incerteza repete-se: quais os que conseguirão aceder e quais os que serão excluídos de continuar a sua formação e contribuir para o país?

São milhares os estudantes que desejam entrar no ensino superior, mas também são muitos os que vêm esta possibilidade fechar-se perante as suas dificuldades económicas.

A Acção Social Escolar é o mecanismo do Estado que deveria assegurar as necessidades dos estudantes, como bolsas de estudo, alojamento (residências), o passe escolar, apoio médico, serviços de alimentação, o acesso à cultura e ao desporto, de modo a garantir igualdade de acesso e frequência.

Os sucessivos cortes no Ensino Superior influenciam a Acção Social Escolar, e isso faz-se sentir de várias formas: os cortes nas bolsas de estudo que se têm vindo a agravar de ano para ano, deixando muitos estudantes sem qualquer apoio ou com um valor de bolsa que mal cobre o valor das propinas; o fim do passe escolar (desconto de 50% para todos os estudantes); as residências apenas albergam uma pequena percentagem dos estudantes, e não reúnem as condições necessárias, como são exemplo: a fraca manutenção, a falta de cozinhas equipadas, infraestruturas degradadas. Problemas estes que foram relatadas por estudantes de vários distritos do país como Évora, Lisboa, Coimbra e Porto.

Os estudantes não se contentam com esta situação e exemplo disso foi a campanha “Por Mais e Melhor Acção Social Escolar” que juntou dezenas de estruturas estudantis e teve como ponto alto centenas de estudantes em manifestação em Lisboa.

A luta dos estudantes é que exigiu e ergueu os mecanismos de apoio que hoje estão a ser atacados, por isso, será ela que determinará a melhoria das condições das residências, um processo de atribuição de bolsas mais justo e que garanta maior número e valor das mesmas, a reabertura das cantinas e um prato social digno para todos.