Dar continuidade à luta

Exigir os nossos direitos!

Foi da luta de massas e da acção do PCP e da sua correta leitura dos resultados eleitorais do passado dia 4 de Outubro, que foi possível correr com PSD e CDS e encontrar uma nova solução política, com um governo do PS.

Uma nova solução com limites, sobre a qual não temos ilusões, mas que permite através continuação e intensificação da luta de massas, da acção do PCP e da JCP abrir caminhos ainda que limitados para a recuperação de direitos e rendimentos roubados, e dar resposta a problemas imediatos dos trabalhadores, do povo e da juventude.

Foi neste quadro que no mês de Março foi aprovado e promulgado o Orçamento de Estado para 2016, onde PSD/CDS, o grande capital e a União Europeia tudo fizeram para inviabilizar qualquer inversão de rumo na sua política de exploração e empobrecimento. Para este OE ao qual o PCP e JCP, com suas iniciativas e propostas, deram um contributo decisivo para responder aos problemas urgentes dos trabalhadores, do povo e sua da juventude.

Foi também no mês de Março que a juventude saiu à rua em torno das suas reivindicações concretas, demonstrando que a hora é de luta e não de ficar à espera. Foi dia 10 de Março que estudantes do Ensino Básico e Secundário de várias escolas do norte ao sul do país, saíram à rua exigindo obras nas suas escolas ou a sua concretização, mais funcionários e professores, turmas mais pequenas, uma avaliação justa e contínua. No Ensino Superior a 15 de Março, estudantes de vários pontos do país, realizaram uma manifestação em Lisboa até à Assembleia da República, onde entregaram um abaixo-assinado com mais de sete mil assinaturas, exigindo “Mais e Melhor Acção Social Escolar”, lutaram pelo não aumento das propinas, pela reposição do passe escolar para todos os estudantes, entre outros problemas concretos. Dia 31 de Março os jovens trabalhadores comemoraram em luta, o Dia Nacional da Juventude, numa manifestação nacional em Lisboa convocada pela CGTP-IN / Interjovem, exigindo o combate firme à precariedade, o aumento dos salários, combate ao desemprego, entre outros problemas concretos.

No plano internacional à medida que se agudiza a crise sistémica do capitalismo a situação vai ficando mais complexa e perigosa. A situação dos refugiados e migrantes, os atentados em Bruxelas, Paquistão, Irão, Turquia, entre outros, com as movimentações da extrema-direita fascista e xenófoba que lhes surgem associadas e as medidas securitárias em preparação; a concertação do imperialismo para impor a guerra e brutais retrocessos civilizacionais, como temos visto na Ucrânia ou na Síria; as movimentações golpistas no Brasil com desfecho imprevisível e o avanço de forças reaccionárias noutros países da América Latina os processos de desestabilização e ingerência sobre todo e qualquer país que tenha uma agenda de desenvolvimento soberana, independente dos interesses do imperialismo, como temos visto por todo o mundo são alguns dos exemplos mais actuais desta crise que suscita muitas preocupações impondo a necessidade da dinamização da luta dos trabalhadores e dos povos em defesa da paz, liberdade, soberania e independência nacionais, da justiça e do progresso social.

No passado dia 2 de Abril comemoraram-se os 40 anos da aprovação e promulgação da Constituição da República Portuguesa. É necessário continuar a defesa da Constituição de Abril, porque apesar de já ter sido mutilada por sucessivas revisões, esta é uma Constituição que continua ao lado dos trabalhadores, da juventude, onde ainda permanecem inscritos direitos e conquistas progressistas que têm sido alvo da política de direita. O Acampamento pela Paz será um momento alto da juventude para a comemoração afirmação e defesa da nossa Constituição.

A campanha lançada pela Direcção Nacional da JCP “Mais JCP, Mais Luta! Avante com Abril!” assume-se em 2016 como tarefa prioritária de toda organização. A ligação às massas juvenis nas escolas, empresas e locais de trabalho, o recrutamento, o enquadramento de novos militantes, o aumento da nossa influência e intervenção, o desenvolvimento da luta, a continuação da campanha de fundos para a Quinta do Cabo são algumas das linhas desta campanha. Esta campanha certamente há-de dar um grande contributo para o sucesso do 20º Congresso do nosso Partido (e de todas as suas fases preparatórias) que se vai realizar em Dezembro de 2016, ano este em que o PCP comemora o seu 95º aniversário.

A luta de massas, nomeadamente da juventude, precisa de continuar a desenvolver-se em cada escola e local de trabalho e já nas comemorações e luta da Revolução de Abril e do 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador. Luta a levar a cabo a par das inúmeras tarefas a que daremos resposta, como cada eliminatória do Concurso de Bandas para o Palco Novos Valores, ou a construção da Festa do Avante que este ano comemora os seus 40 anos. 2016 será um ano onde cumpre particularmente afirmar a Constituição da República Portuguesa e os Valores de Abril, ano de  intensa luta travada e ainda a travar, elemento essencial para abrirmos caminho à concretização de uma política patriótica e de esquerda que defendemos para Portugal.