Comunicação social e a direita

Desinformação dominante

A comunicação social dominante (ou seja, aquela que é dominada pelos grandes grupos económicos e financeiros e que nos chega de várias formas no nosso dia-a-dia, pela televisão, jornais, internet…) serve os interesses dos que executam a política de a direita, os mesmos que respondem acima de tudo aos interesses do grande capital e dos grupos que o defendem. O objectivo é claro: atribuir às notícias e assuntos transmitidos a verdade absoluta e inquestionável, mas de suposto rigor imparcial, conduzindo assim a opinião pública para as ideias que mais convierem.

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Ao lado da alienação que os conteúdos de televisão provocam (desde o reality show às séries ou filmes de Hollywood) a informação jornalística segue vários métodos que vão contra os deveres de um jornalista previstos no seu quadro deontológico. Entre eles a escolha da informação, o fraco esclarecimento noticioso e o excesso de comentários e opiniões são o que sobressaem na televisão, no jornal ou mesmo na internet.

Torna-se mais evidente ainda quando se fala de questões internacionais às quais não temos facilmente acesso a uma segunda interpretação. Por exemplo, em relação à “crise dos refugiados” só ouvimos as preocupações e o medo em recebê-los, sem nos ser explicado as razões pelas quais eles fogem dos seus países onde as guerras, a destruição e a morte são o pão nosso de cada dia, situações essas que são causadas pelos mesmos senhores do grande capital.

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No caso da eleição para a Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumia-se sem apoio de partidos políticos, sendo no fundo destacado dirigente de um deles (PSD) e estando há 15 anos a fazer campanha como comentador de política, de futebol, de literatura etc.  Ou seja, foi-nos apresentado ao longo dos anos como um homem isento e justo, quando no fundo defendeu sempre as políticas de direita pondo em causa as soluções da esquerda, em especial do PCP.  Sempre que possível o PCP e as suas propostas políticas são escondidas ou apresentadas pela comunicação social dominante. Desvalorizando o papel deste Partido na História e no presente do nosso país. São fomentadas ideias anti-comunismo e o desconhecimento e deturpação da História. São sucessivamente apagadas ou desvalorizadas as acções de luta levadas a cabo pela juventude e o nosso povo por melhores condições de vida.

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A par disto, está a situação precária em que vivem os trabalhadores da comunicação social, a maioria a recibos verdes, a trabalhar a prazo ou mesmo com estágios, quando ocupam funções permanentes das edições e muitos com salários e subsídios em atraso. Isto faz com que muitos sejam forçados a aceitar fazer parte deste esquema de desinformação, para manter o posto de trabalho e receber o salário, sem questionar as linhas editoriais traçadas pelos seus quadros superiores, também eles coniventes com esta ofensiva.

É fácil perceber então que o capitalismo censura o progresso apropriando-se do grande meio de propaganda que é a comunicação social que o próprio sistema domina e na qual decide todos os conteúdos.

A pergunta e a crítica devem estar presentes no nosso dia-a-dia quando queremos informação. Pois a quem serve o apagamento e minimização da luta travada pela juventude e o povo? A quem serve deturpar ou não dizer as propostas do PCP e da JCP para o país?